João Silva, apontado como traficante de armas: ele usava registro de CAC para tentar despistar a polícia. Foto: reprodução

João Silva, apontado como traficante de armas, foi preso em flagrante na última segunda-feira (9), após a Polícia Civil apreender 87 armas ilegais escondidas em um bunker secreto em um bairro nobre da zona sul de São Paulo. Mesmo com acusações anteriores de tráfico internacional de armas, ele estava em liberdade desde novembro, quando pagou uma fiança de R$ 50 mil concedida pela Justiça Federal do Paraná.

João possuía registro de Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC), com o qual adquiriu 72 armas legalizadas, conforme apontamentos do Exército. Entretanto, investigações indicam que ele usava esse registro para encobrir a comercialização de armas ilegais, destinadas ao submundo do crime.

De acordo com a polícia, ele era fornecedor de armamento pesado para facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de quadrilhas especializadas em mega-assaltos no estilo “Novo Cangaço”.

Em setembro, João foi preso na fronteira entre o Paraguai e o Brasil transportando centenas de munições e quase 40 fuzis desmontados escondidos em caixas de som. O flagrante levou a Justiça Federal a decretar sua prisão preventiva, com base em “provas de materialidade do crime de tráfico internacional de arma” e “indícios suficientes de autoria”.

Apesar disso, no dia 27 de novembro, o desembargador federal Marcelo Malucelli concedeu liberdade provisória ao acusado, arbitrando uma fiança de R$ 50 mil. Segundo o magistrado, a decisão visava “compensar o perigo a que a sociedade é exposta com sua soltura, inibindo possível reiteração criminosa”. Com informações do Metrópoles.

Bunker com passagem secreta

Após ser solto, João retornou para São Paulo, onde mora no bairro de Santo Amaro. Uma denúncia anônima levou a Polícia Civil de São Paulo a investigar um bunker clandestino que ele mantinha na casa de sua mãe, falecida há seis anos.

O local, vizinho à residência de João, era acessado por um fundo falso em um guarda-roupas e servia como depósito para o arsenal ilegal. Segundo relatos, as armas eram desmontadas no Paraguai, transportadas para o Brasil e montadas no bunker antes de serem vendidas. “Parece coisa de filme, mas não é”, afirmou uma testemunha em depoimento.

A operação da 4ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) apreendeu 87 armas ilegais no local, incluindo armamento de guerra. Vídeos divulgados pela polícia mostram o acesso ao bunker e a quantidade de armas encontradas.

O delegado Ronald Quene, que lidera a investigação, ressaltou os perigos do arsenal. “Esse poderio armamentista [apreendido] passaria às mãos de criminosos, que extremamente bem armados, tomam cidades e inocentes morrem nessas empreitadas criminosas. Eles usam armamento de guerra, cedidos por pessoas como esse indivíduo [João]”, declarou.

Quene também descartou a possibilidade de João ser considerado apenas um colecionador. “Ele mantinha armas ilegais em um bunker. Nada justifica essa conduta. Certamente, ele venderia esse armamento para pessoas envolvidas em crimes”, afirmou o delegado.

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Last Update: 13/12/2024