Sem bufunfa no colchão
O nosso PIB cresceu 0,9% no trimestre, igual ao da China. Houve uma significativa redução no número de pessoas na miséria, graças a programas sociais e ao crescimento econômico. Temos o menor desemprego da série histórica e a inflação sob controle. No entanto, líderes do mercado avaliam, em recente pesquisa, que a economia está em declínio. Não é fácil entender, a não ser considerando que seus verdadeiros interesses são outros.
Sylvio Belém
Fio da navalha
Se apenas as regras universais dos mercados financeiros fossem respeitadas, o dólar não estaria subindo e as ações não estariam oscilando tanto. Mesmo distante do “paraíso”, o Brasil de hoje não justifica o cenário de terror financeiro a que estamos assistindo. Os analistas insistem que o crescimento é um voo de galinha – mas nunca vi uma galinha voar tão alto. Eles também afirmam que as medidas anunciadas não garantem superávit e estabilidade no médio e longo prazo. E desde quando algum analista financeiro foi capaz de prever o futuro com exatidão? Essa confraria de magnatas parece querer impor suas próprias regras, escudados por um espetáculo midiático, nada independente, de analistas e comentaristas. Não adianta curvar-se a esses chantagistas insaciáveis. A ex-presidenta Dilma Rousseff, golpeada em seu segundo mandato, que o diga.
Santiago Artur Wessner
Economia não é termodinâmica. Não adianta tentar explicar – ou entender – o fator político ligado à política de juros e ao equilíbrio entre arrecadação e custeio com aritmética simples. Ou seja, a única constante que entra nessa equação são os votos, que mudam a cada dois anos. Haddad faz um excelente trabalho, mas está sendo engolido tanto pelo mercado quanto pelos mercadores do Congresso. A frente ampla de Lula salvou a democracia, mas não tem fôlego nem ímpeto para aliviar a dor do pobre.
Adilson Roberto Gonçalves
Ainda estamos aqui
Não se iluda, caro leitor. A diferença entre republicanos e democratas estadunidenses é a mesma que existe entre os refrigerantes de cola. Um é mais doce que o outro, mas ambos fazem o mesmo mal. Trump já tem um plano pronto para combater os movimentos sociais na América Latina, as organizações populares e os partidos de esquerda, com o chamado Mandate for Leadership: The Conservative Promise 2025. Kamala Harris, por sua vez, em mais de uma ocasião confirmou a continuidade do programa de Joe Biden para o Oriente Médio, o que inclui a manutenção da política de extermínio da população palestina, com apoio irrestrito à extrema-direita de Israel.
Pedro Viegas
Bad trip
Imagine uma religião criada no contexto dos saberes da floresta a serviço de um governo que incentivou “passar a boiada” com grileiros e garimpeiros.
Celso Chico Gayoso