Apostando no multilateralismo: o legado brasileiro no G20 e as visões da imprensa
por Bruno Fabricio Alcebino da Silva, Giulia Monfredini, Isabella Lucino, Ismara Izepe de Souza, Lucca León Franco, Maria Eduarda Brito e Tiago Amadei Navarro Barbiellini
O G20 constitui uma oportunidade para os países não apenas discutirem problemas e definirem possíveis soluções, mas também para testar sua influência e presença no cenário global. A presidência brasileira no G20, além de mostrar ao mundo a importância das pautas sociais, se caracterizou pela aposta na sobrevivência de um combalido multilateralismo, podendo esse ser considerado um dos maiores legados da política externa do terceiro governo Lula até o presente momento.
G20: um pouco de história
Criado em 1999, o G20 surgiu como resposta à crise financeira asiática de 1997, responsável por mostrar a necessidade de maior articulação entre as maiores economias internacionais, incluindo os países pertencentes ao que se convencionou chamar de Sul Global. Em sua origem, o grupo reunia os ministros das finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países e da União Europeia, que juntos representavam mais de 80% do PIB global e dois terços da população mundial. O grupo foi concebido como um fórum de diálogo entre economias avançadas e emergentes, com ênfase na estabilidade financeira, no crescimento sustentável e na prevenção de crises futuras.
A crise financeira global de 2008 alterou a composição original do grupo, que tornou-se fórum presidencial, com o objetivo de coordenar uma resposta mais forte e politicamente respaldada à crise. O colapso do mercado imobiliário nos Estados Unidos levou à falência de bancos relevantes e provocou uma recessão global. Diante disso, tornou-se urgente a implementação de reformas no sistema financeiro e a tomada de ações coordenadas entre os países membros.
O G7, composto apenas por economias avançadas (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), foi considerado insuficiente para desenvolver respostas adequadas à crise, que tomava proporções globais. A inclusão de líderes de economias emergentes tornou-se essencial, já que os impactos da crise afetaram o mundo todo, incluindo os países em desenvolvimento. Assim, o G20 passou a envolver os chefes de Estado e de Governo, ampliando a representatividade e a capacidade de coordenação internacional para enfrentar os desafios da crise global de forma mais rápida e eficaz.
A primeira cúpula presidencial do G20 aconteceu em novembro de 2008, em Washington. A implementação de pactos de estímulos econômicos, reformas de instituições financeiras e a introdução de novas regulamentações para prevenir futuras crises foram alguns dos resultados alcançados na reunião, que marcou o grupo como um fórum de cooperação econômica sólido. A partir daí, as reuniões passaram a ser anuais, garantindo maior peso político para o grupo e visibilidade global.
Com a mudança para fórum presidencial, o G20 adotou um sistema de presidência rotativa, envolvendo contatos entre o país que preside o encontro, o anterior e o próximo a presidir, garantindo além de uma transição fluida, a manutenção de alguns temas considerados permanentes na agenda. Com o passar dos anos e com novos desafios surgindo no âmbito internacional, os temas de debate foram ampliados. O grupo, que inicialmente nasceu com o objetivo estritamente econômico, atualmente também discute a agenda ambiental, o desenvolvimento social, a segurança alimentar e a saúde global – principalmente após a pandemia da COVID-19 -, e até mesmo questões envolvendo os avanços tecnológicos e a ética em torno deles. Dessa forma, o G20 se estabeleceu nos últimos anos como o principal fórum de cooperação econômica internacional, se destacando pela capacidade de reunir tanto economias desenvolvidas como emergentes para abordar os mais diversos desafios globais.
G20 no Brasil: legado brasileiro e documento final
Pela primeira vez o Brasil assumiu a presidência do G20, coordenando, desde dezembro de 2023, mais de 100 reuniões de grupos de trabalho que culminaram com a cúpula de líderes ocorrida na cidade do Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024. A presidência brasileira no G20 veio em ótimo momento para o Brasil, visto que uma das marcas dos governos anteriores de Luiz Inácio Lula da Silva foi a valorização de espaços multilaterais e a busca pela ampliação da influência do Brasil como um grande ator no cenário internacional. Uma das promessas de Lula para seu novo governo foi a de fugir do isolacionismo praticado pelo governo de Jair Bolsonaro, marcado por posicionamentos contra o combate às mudanças climáticas e atitudes que reduziram a influência brasileira em fóruns multilaterais.
Assim, presidir o G20 apresentou-se como uma boa oportunidade para o Brasil resgatar seu prestígio internacional, já que o país pôde pautar temas de seu interesse e dar visibilidade às suas demandas em direção a uma liderança social, climática e sustentável. O Estado brasileiro definiu três eixos que deveriam ser debatidos com prioridade no G20: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; sustentabilidade, mudanças climáticas, transição energética e a reforma da governança global. O Brasil pode influenciar os rumos da transição climática daqui para frente, uma vez que o país é um dos líderes nessa discussão, com uma matriz de energia limpa que chega a 50%. Esses esforços visam não apenas reconstruir a imagem do Brasil, mas também fortalecer sua atuação como intermediador entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento, buscando conciliar interesses diversos em prol de soluções sustentáveis e equitativas.
Uma das grandes inovações trazidas pelo governo brasileiro foi o G20 Social, anunciado pelo presidente Lula, em 2023, na 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, em Nova Délhi, quando a Índia passou ao Brasil a presidência do bloco. Essa iniciativa contou com ampla participação da sociedade civil em atividades e atos decisórios, com o objetivo de trazer voz às suas demandas. O G20 Social representou um esforço pioneiro para democratizar as discussões globais, reforçando a importância de integrar demandas locais em um cenário de decisões globais, especialmente em áreas como trabalho decente, direitos sociais e equidade. Este é um passo importante para a inclusão da sociedade em pautas que definem o seu futuro, de modo que caminhamos, mas infelizmente de forma ainda lenta, para um processo decisório que não seja realizado apenas por líderes globais.
O corpo diplomático brasileiro teve um trabalho árduo na conquista dos acordos que foram realizados durante as negociações que antecederam à cúpula. A prioridade foi lutar por entendimentos sobre uma transição energética justa, o financiamento climático sustentável e a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Porém, tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, trouxeram dificuldades para um consenso global, principalmente dos países europeus que exigiram uma maior condenação da Rússia no documento final. Após o Brasil não ceder a uma reabertura do documento com medo de um boicote russo, o texto final do G20 condenou a guerra na Ucrânia e seus impactos, mas sem citar a Rússia diretamente.
A declaração final da Cúpula do G20, sob a presidência do Brasil, representa um marco histórico ao propor uma agenda ambiciosa para enfrentar crises globais e promover o desenvolvimento sustentável. Ancorado no lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, o texto enfatiza a necessidade de cooperação internacional para combater desigualdades, fome, mudanças climáticas e crises socioeconômicas.
Um dos principais legados brasileiros foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que reúne 148 adesões, incluindo 82 países, com o objetivo de erradicar a fome até 2030. A iniciativa propõe estratégias como transferências de renda, alimentação escolar e práticas agrícolas sustentáveis, além de destacar que a fome é fruto de decisões políticas excludentes.
O Brasil também reforçou sua liderança ao propor reformas na governança global, como a ampliação do Conselho de Segurança da ONU e reconheceu a importância da União Africana (composta por 55 países) participar pela primeira vez como membro pleno do grupo. Essas propostas refletem a urgência de adaptar as instituições multilaterais às realidades do século XXI, promovendo representatividade e eficácia.
Na área ambiental, o documento reafirma o compromisso com a neutralidade de carbono até meados do século XXI, a ampliação de energias renováveis e o combate à poluição plástica. Ressalta também a importância do apoio aos países em desenvolvimento para uma produção agrícola sustentável e a transição energética, com foco na cooperação internacional e financiamento climático.
A declaração reconhece ainda a necessidade de mobilizar recursos para saneamento básico e acesso à água potável, além de promover igualdade de gênero, incluindo a proteção contra violência e misoginia, e enfatizar o papel das mulheres na economia.
Outro ponto de destaque foi a governança da inteligência artificial, com a criação de uma força-tarefa de alto nível e princípios para seu uso ético e seguro. A tributação progressiva dos “super-ricos” foi mencionada como uma medida para ampliar recursos financeiros globais.
A convocação de uma inédita Cúpula Social do G20 reforçou a integração da sociedade civil à agenda internacional, abordando justiça social e modelos econômicos inclusivos. Esse enfoque ampliou os horizontes da diplomacia tradicional, alinhando crescimento econômico a princípios de equidade.
A presidência brasileira do G20 consolidou o protagonismo do país como articulador global, unindo desenvolvimento humano, proteção ambiental e governança multilateral. O legado deixado pavimenta um futuro mais justo, inclusivo e sustentável, destacando a relevância do Brasil no cenário internacional.
As visões da grande imprensa sobre o G20 e a política externa brasileira
A grande imprensa brasileira, protagonizada por jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Grupo Globo, discutiu amplamente a presidência do Brasil no G20 em reportagens, editoriais e artigos de opinião. De modo geral, observou-se a presença de matérias elogiosas à atuação da diplomacia brasileira, havendo algumas críticas que serão esmiuçadas mais adiante. Nesse contexto, as maiores citações elogiosas ao Brasil focaram na Aliança Global contra a Fome que, segundo O Globo, além do “êxito de se tornar a primeira iniciativa do G20 a incluir um programa dessa magnitude e de cunho social em suas esferas de ação, teve o mérito de ser apresentada ao mundo já com ações propostas, encaminhadas por governos para projetos específicos”. Outros jornais também respaldam essa afirmação, inclusive em análises e artigos de opinião, como é o caso de “Liderança brasileira no G20 e COP29 tem saldo a favor da união pelo possível”, de Ilona Szabó de Carvalho para a Folha de S. Paulo, que também destacou que “o esforço político e diplomático brasileiro em exercer uma liderança responsável na presidência do G20 […] ganha maior significado num contexto de guerras e crescimento da extrema direita”.
No artigo de opinião publicado pela Folha de S. Paulo “Declaração final do G20 enfrenta problemas globais num mundo ainda profundamente desigual”, o professor de direito internacional Lucas Carlos Lima atentou para o fato de que as decisões do G20 não são vinculantes do ponto de vista do direito internacional, mas considerou o grupo como um importante espaço de criação de consensos. O encontro, bem como a declaração final, foram destacados como uma grande vitória do multilateralismo por diversos colunistas. Nas reportagens da Folha observamos um reconhecimento dos esforços brasileiros na tentativa de deixar um legado à história.
O jornal O Globo também ressaltou a massiva presença da sociedade civil no G20, uma iniciativa inédita da presidência brasileira. Em, “A sociedade civil propõe, cobra e deixa seu legado no G20”, ressalta-se que o G20 Social buscou “dar voz à participação popular nos debates do fórum de cooperação internacional”. A presença do líder chinês no Brasil não passou despercebida dos grandes jornais. Em “Encontro de Lula e Xi Jinping mostra que relação Brasil e China ganha terreno”, o jornal O Estado de S. Paulo reconheceu a importância que as relações Brasil e China ganharam em um mundo em transformação. As visíveis críticas à diplomacia brasileira e ao documento final incidiram especialmente sobre o comportamento que o grupo deveria adotar em relação aos conflitos entre Ucrânia e Rússia e entre Israel e Palestina. A Folha, por exemplo, em “Premiê alemão lamenta que G20 não tenha sido mais duro com Rússia e Hamas”, destacou a afirmação de Olaf Scholz, sobre o documento final que, em sua avaliação, não foi claro sobre a responsabilidade por conflitos atuais. Uma fala da primeira-dama, Janja da Silva, também ganhou destaque no contexto das notícias sobre o G20. Em um evento durante a Cúpula, Janja fez uma declaração agressiva a Elon Musk, dando ensejo a avaliações negativas sobre o seu ato.
Outras visões: a imprensa representativa da extrema-direita e da esquerda
Como era de se esperar, a imprensa representativa do campo político de esquerda elogiou a presidência brasileira no G20, considerada uma oportunidade para o país mostrar o quanto pode contribuir para a construção de uma nova ordem econômica e política, para a justiça social e o desenvolvimento. O portal Brasil 247, por exemplo, destacou a firme liderança do presidente Lula na ampliação do protagonismo do país. Para o portal, que é considerado um braço de apoio dos governos petistas junto à opinião pública, a postura precisa do presidente foi primordial para a consolidação da liderança brasileira, especialmente nos temas que interessam ao Sul Global.
A elevação das relações bilaterais e o fortalecimento da cooperação econômica estratégica entre Brasil e China foram muito destacados pelo referido portal, que ressaltou os benefícios do aprofundamento das relações a partir da existência de um histórico importante de cooperação, uma vez que, desde 2009, a China é a principal parceira comercial do Brasil.
Em sentido diametralmente oposto, a imprensa representativa da extrema-direita, como era de se esperar, classificou a cúpula como um fracasso diplomático. A Revista Oeste criticou todas as dimensões possíveis do encontro, começando pelo discurso inaugural do presidente Lula, taxando de mentirosos os dados apresentados sobre o combate à fome. A referida revista não noticiou as pautas centrais do G20, mas aproveitou o episódio da manifestação de Janja sobre Elon Musk para disparar críticas em tom desrespeitoso à atuação da primeira-dama na condução de um evento musical por ela organizado.
Oeste interpretou como um “fiasco retumbante” a coordenação brasileira dos trabalhos e acordos. Para seus editores, o encontro dos principais líderes mundiais não surtiu efeito algum para o país, afirmando haver incapacidade do Brasil de se articular corretamente na diplomacia. Houve também críticas à proposta brasileira de taxar os “ultra ricos”. Além de adotar julgamentos deste teor, a imprensa de extrema-direita também colocou em cheque o posicionamento do presidente da República sobre a questão da Palestina, afirmando que o silêncio de Lula confirmaria a condução errônea dessa questão por parte do Brasil.
Para o leitor fiel da Oeste que não tem contato com as informações advindas da grande imprensa representativa da direita liberal fica a impressão de que o encontro não teve importância alguma para o país. A revista não destacou a presença das principais lideranças mundiais na cúpula, preferindo publicar matérias de teor irrelevante para a compreensão do que se passou no Brasil, como a que informou que a comitiva de Timor Leste foi assaltada no Rio ou a que relatou a gafe da apresentadora Ana Maria Braga que, sem seu programa de TV, chamou Joe Biden de Bin Laden.
A tentativa de encobrir a importância do evento e criticar vários âmbitos da atuação brasileira ficou evidente na reportagem “Lula e o pato manco Biden na alegria de pobre do G20 no Rio”. A matéria choca qualquer cidadão que tenha algum apreço pela imagem do Brasil. Os redatores sequer escolheram atacar Lula, porque se preocuparam, num tom quase de desespero, em afirmar a irrelevância brasileira. Depois de atacar Biden, se referindo a ele como “pato manco” por ter perdido as eleições, a reportagem dispara contra a China e o Brasil. Eis uma das frases mais contundentes nesse sentido e que demonstra desprezo pelo Brasil “”Se o Brasil deixar de existir, apenas os porcos chineses sentirão falta da ração de soja, mas não por muito tempo. O Brasil ocupa um lugar central entre as nações apenas no mapa-mundi de Márcio Pochmann.”
Considerações finais
Compreende-se que a cobertura jornalística desempenha um pilar fundamental na construção de uma opinião pública, tornando-se essencial na conscientização e mobilização da sociedade civil em temas de política externa. No caso específico aqui apresentado, a imprensa contribuiu para democratizar as informações sobre as pautas e decisões tomadas no G20, que, ao tocarem em temas como política econômica e mudanças climáticas, afetam, de forma direta ou indireta, a sociedade civil. Um jornalismo sério e comprometido deveria expor com clareza as políticas propostas, gerando um debate público sobre as escolhas feitas pelos líderes do G20. Ao fazer isso, a imprensa ajudaria a tornar esses eventos mais transparentes e a responsabilizar os governantes perante suas populações. No entanto, as notícias sobre o G20 na imprensa brasileira serviram, muitas vezes, de pretexto para criticar personalidades políticas. Dois episódios recentes exemplificam bem o desvio de foco da imprensa: o xingamento que Janja Lula da Silva proferiu contra Elon Musk e as provocações do presidente argentino Javier Milei durante o evento. Durante a cúpula do G20, em um palco junto a um público amplo, a primeira-dama fez um comentário agressivo em relação a Elon Musk, incitando narrativas centradas no sensacionalismo. Embora o comentário agressivo tenha sido criticado por amplos segmentos políticos, da esquerda à direita, a partir desse episódio pautas importantes do G20 foram ofuscadas, e a prioridade de muitos veículos de imprensa passou a ser a discussão sobre a pertinência ou não do gesto da mulher do presidente da República. Outro momento também ganhou relevância nas pautas jornalísticas: as provocações feitas pelo presidente argentino Javier Milei ao Brasil, especialmente em relação à política monetária e à integração regional. O desvio de foco enfraqueceu a análise crítica sobre os temas centrais do encontro, tornando o debate público mais raso e polarizado.
A chamada grande imprensa, representada aqui pelos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Revista Veja, realizou uma cobertura condizente com a importância do evento, não só para o Brasil mas para o cenário internacional. Historicamente, esta imprensa sempre se posicionou favorável ao alinhamento brasileiro aos EUA, manifestando desconfianças em relação às proposições mais universalistas de política externa. No entanto, a cobertura sobre o G20 mostra que o reconhecimento da importância da China no cenário internacional se tornou imperativo. A Folha publicou um artigo de Xi Jinping sobre as boas perspectivas para as relações entre Brasil e China.
Existe uma indisposição desses veículos com a figura de Lula e sua diplomacia presidencial, desde o inegável sucesso da política externa “ativa e altiva” de seus dois primeiros governos. Isso se evidencia em diversas avaliações realizadas pelos veículos de comunicação, que costumam criticar as falas de Lula sobre a realidade internacional e, ao mesmo tempo, atribuir eventuais sucessos da política externa à diplomacia brasileira. No entanto, a cobertura, de forma geral, reconheceu que o G20 é um dos raros espaços do multilateralismo a promover um mínimo de articulação entre países tão diversos quanto EUA e China, cujas diplomacias discutiram temas de interesse para toda a comunidade internacional. A cobertura de uma imprensa de extrema-direita, aqui focada na Revista Oeste, por outro lado, flertou, como sempre, com a desinformação, dando exemplos contundentes do complexo de vira-lata, expressão cunhada pelo escritor Nelson Rodrigues para se referir aos brasileiros que se colocam em situação de inferioridade perante o mundo.
O G20 constitui uma oportunidade para os países não apenas discutirem problemas e definirem possíveis soluções, mas também para testar sua influência e presença no cenário global. A maneira como os países interagem no G20 pode refletir tendências geopolíticas e econômicas mais amplas, além de auxiliar na consolidação de alianças estratégicas, pois o fórum permite que os países alinhem suas políticas em temas tão diversos quanto comércio, meio-ambiente e segurança internacional. A presidência brasileira no G20, além de mostrar ao mundo a importância das pautas sociais, se caracterizou pela aposta na sobrevivência de um combalido multilateralismo, podendo esse ser considerado um dos maiores legados da política externa do terceiro governo Lula até o presente momento.
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