Luís Carlos (foto/reprodução internet), economista-chefe do Banco ABC, comenta que não chega a ser uma surpresa a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. Com o aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, a economista considera que “apesar da decisão ser mais intensa que o projetado por boa parte dos economistas, a ação de elevar a taxa básica para este nível não chega a ser uma surpresa. A deterioração das expectativas de inflação, a depreciação recente da taxa de câmbio e a desancoragem das expectativas de médio prazo justificavam uma postura mais agressiva. A maior surpresa, entretanto, ficou por conta da indicação futura dos próximos passos de política monetária.”
Ele acrescenta que “além disso, o Banco Central já indicou que antevê mais dois aumentos de 100bps nas próximas duas reuniões de política monetária. Assim, com base nessa comunicação e no nosso cenário econômico, projetamos mais dois aumentos de 100bps e um ajuste residual de 50bps, o que levaria a taxa básica para 14,75% a.a. Acreditamos que a ação mais agressiva de política monetária deverá ter efeitos positivos sobre a dinâmica de expectativas de inflação, evitando que elas continuem piorando de maneira tão intensa como vínhamos observando recentemente. Adicionalmente, a decisão deve contribuir para que o Real se valorize contra o dólar no curto prazo.”