O Brasil fez uma forte impressão no segundo Fórum Global sobre Refugiados, realizado em Genebra, Suíça, em dezembro de 2023. Durante o evento, o país registrou uma das maiores promessas do setor privado, com 22 empresas e organizações se comprometendo a impactar diretamente a vida de mais de 17 mil refugiados no Brasil até o final de 2027.

O setor privado brasileiro, representado no GRF, assume um compromisso coletivo de contratação formal, capacitação para o mercado de trabalho e apoio à inclusão econômica de pessoas que foram forçadas a deixar seus lares, alinhando-se à ambição do Fórum de encontrar soluções sustentáveis para refugiados.

“A participação do setor privado no processo de integração de refugiados é uma parte fundamental de seu papel social”, afirmou Davide Torzilli, Representante do ACNUR no Brasil.

Fórum sobre refugiados

As empresas envolvidas no Fórum Global sobre Refugiados integram o Fórum Empresas com Refugiados, uma iniciativa do ACNUR e do Pacto Global da ONU no Brasil. O fórum nacional tem promovido ações de capacitação, compartilhamento de experiências e boas práticas para facilitar a contratação e integração de pessoas refugiadas nos ambientes de trabalho.

Um exemplo é a Accor Brasil, que se comprometeu a contratar 280 refugiados de diversas nacionalidades e oferecer capacitação em hospitalidade a outros 600 profissionais. A empresa emprega atualmente 150 profissionais refugiados em seus hotéis.

A Construtora Tenda também se destacou no Fórum com o compromisso de garantir que 10% de sua força de trabalho em canteiros de obras seja composta por profissionais refugiados até o final de 2025. Essa meta foi alcançada antecipadamente em novembro de 2024.

Refugiados e proteção

A empresa Foundever percebeu que ao contratar pessoas que precisam de proteção internacional, conseguiu atender uma demanda interna com mais qualidade. “Contratar profissionais venezuelanos hoje está se mostrando essencial para a empresa. Hoje temos 700 colaboradores refugiados e migrantes”, afirma o CEO da Foundever no Brasil, Laurent Delache.

Um exemplo é Kiria Flores, venezuelana que vive no Brasil há seis anos. Ela começou como assistente na Foundever, mas logo teve a oportunidade de receber treinamento dentro da empresa para liderar equipes que têm o espanhol como língua nativa.

A participação ativa do setor privado brasileiro no Fórum Global de Refugiados demonstra como a colaboração entre as partes interessadas pode criar soluções duradouras e positivas tanto para as pessoas empregadas como também para os resultados da empresa.

No próximo GRF em 2027, o exemplo do Brasil pode inspirar outros Estados e empresas a também se apresentarem, garantindo que os refugiados possam encontrar proteção, estabilidade e a chance de prosperar em suas novas comunidades.

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Last Update: 11/12/2024