A nova diretoria da Sabesp, que foi privatizada em julho, decidiu rescindir contratos que previam descontos para grandes consumidores. A medida, anunciada em novembro, afetou desde hospitais até shoppings e museus.
Em entrevista à Folha, o presidente da companhia de saneamento, Carlos Piani, afirmou que a rescisão foi “uma decisão comercial”.
Segundo Piani, o benefício se tratava de uma política pública que era executada pelo fato de a empresa ser estatal. “A Sabesp tem 51 anos, ao longo desse período, por sua própria conta, ela dava descontos para alguns clientes. Fazia política pública, não era uma questão regulatória”, disse.
“A Sabesp não é mais controlada pelo Estado. Quem tem que fazer essa política pública é o Estado”, acrescentou.
O novo contrato de concessão limita os descontos a R$ 300 milhões e estabelece critérios para que uma empresa possa ser enquadrada nessa categoria.
Piani afirmou que, antes dos cortes, os descontos representavam uma renúncia de R$ 800 milhões para a Sabesp.
“Demos anúncio de rescisão para 555 contratos. A Sabesp não é mais pública, então ela não pode fazer isso [política pública]”, declarou.