O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou neste domingo (8) um “cessar-fogo imediato” entre Ucrânia e Rússia, seguido de “negociações” para resolver o conflito.
A declaração foi feita em sua rede social, Truth Social, e reflete um posicionamento alinhado com sinais de que ele pode reduzir ou até suspender a ajuda militar a Kiev quando reassumir a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025. “Muitas vidas são desperdiçadas desnecessariamente, muitas famílias destruídas. Se isso continuar, pode virar algo muito maior e muito pior”, alertou Trump.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rebateu a declaração com uma publicação na rede social X (antigo Twitter). “Precisamos de uma paz justa e duradoura, uma paz que os russos não serão capazes de destruir dentro de alguns anos, como fizeram repetidamente no passado. Isso é claro não apenas para o nosso país e região”, afirmou.
Zelensky também enfatizou que “um cessar-fogo sem garantias pode ser reiniciado a qualquer momento, como Putin já fez antes”, e reforçou a necessidade de “garantias efetivas de paz”.
A vitória de Trump nas eleições de novembro gerou apreensão em Kiev e entre líderes europeus quanto ao futuro da assistência militar americana à Ucrânia.
Segundo agências internacionais, a administração Biden continua acelerando o envio de pacotes de ajuda antes da transição de poder.
No sábado (7), o Departamento de Defesa dos EUA anunciou um novo pacote de US$ 988 milhões, incluindo drones, munições e veículos blindados. Este é o 22º pacote de assistência de segurança concedido pelo governo atual.
Em Paris, onde participou da cerimônia de reinauguração da Catedral de Notre-Dame, Zelensky destacou que “os ucranianos querem a paz mais do que qualquer outra pessoa”, mas ressaltou que “Putin só pode ser detido pela força, a força dos líderes mundiais que podem tornar-se líderes da paz”.
A reunião entre Trump e Zelensky, promovida pelo presidente francês Emmanuel Macron, durou 35 minutos e terminou com um aperto de mãos.
Trump, por sua vez, afirmou que Zelensky “gostaria de fazer um acordo e acabar com esta loucura”, sugerindo que a Ucrânia poderia aceitar concessões para encerrar o conflito.
No entanto, fontes citadas por O Globo e agências internacionais apontam que as declarações do republicano aumentam a incerteza sobre o futuro do apoio americano ao país invadido.
Apesar da pressão crescente, o governo Biden reforça sua estratégia de fortalecer a resistência ucraniana.
Em comunicado, o Pentágono destacou que a assistência visa “garantir que a Ucrânia tenha as ferramentas necessárias para prevalecer em sua luta contra a agressão russa”. O novo pacote será financiado por meio da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, permitindo que os equipamentos sejam adquiridos da indústria de Defesa, mas sem chegada imediata ao campo de batalha.
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