A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça, anunciou um investimento de R$ 14,3 milhões para o desenvolvimento de uma ferramenta avançada destinada à investigação de crimes na dark web.
O novo sistema será integrado ao Laboratório de Crimes Cibernéticos da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), e tem como objetivo aumentar a eficiência na identificação de atividades ilícitas no ambiente virtual mais obscuro da internet.
A dark web é conhecida por abrigar atividades criminosas como o tráfico de armas, drogas, e dados roubados, além de facilitar transações anônimas através de criptomoedas. O sistema a ser desenvolvido visa suprir a carência de ferramentas especializadas no monitoramento dessas ações, permitindo que os profissionais do laboratório identifiquem comportamentos suspeitos e contribuam para a elucidação de crimes cibernéticos.
Segundo o estudo técnico da licitação, a ferramenta será fundamental para aumentar a capacidade de resposta do Estado frente a facções criminosas e outras organizações envolvidas em atividades ilegais, muitas das quais operam de maneira oculta na dark web.
“A situação de segurança pública no país é alarmante”, afirmou o documento, destacando a necessidade de ação rápida e preventiva diante da crescente presença de grupos criminosos organizados.
O sistema será projetado para monitorar, coletar e indexar dados provenientes da dark web, com foco em postagens em fóruns, dados de usuários, endereços de IP, carteiras de criptoativos, e até credenciais vazadas. Esses dados serão processados de forma anônima e organizados em um banco de dados acessível aos investigadores, permitindo buscas por palavras-chave e análise através de técnicas de processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina.
A ferramenta também terá a capacidade de realizar o monitoramento em tempo real, identificando ameaças e atividades suspeitas. A geração de relatórios será facilitada por uma interface intuitiva, permitindo uma resposta rápida e a antecipação de possíveis crimes. “Isso contribuirá para a prisão e punição dos criminosos, aumentando a sensação de segurança na sociedade”, destaca o estudo.
Além do Ministério da Justiça, o projeto envolve outras entidades, como a Polícia Federal e as polícias civis de diversos estados, incluindo Alagoas, Pernambuco, Roraima, Minas Gerais, Paraná, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rondônia e Sergipe. Essas instituições terão acesso a licenças, mídias de instalação e recursos necessários para o uso da nova ferramenta, ampliando a rede de combate ao crime cibernético em todo o Brasil.