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Neste sábado (7), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, evitou um impeachment que poderia ter destituído seu governo após um autogolpe fracassado. A moção de impeachment não foi votada após os deputados de seu partido, o Partido do Poder Popular (PPP), boicotarem a sessão crucial, resultando em um bloqueio no processo.
A moção precisava da aprovação de dois terços da Assembleia Nacional para seguir adiante, mas com 105 dos 108 membros do PPP se retirando antes da votação, a oposição, que controla 192 assentos, não conseguiu reunir os votos necessários. O presidente da Assembleia, Woo Won-shik, chegou a convocar os deputados ausentes, mas acabou declarando a sessão inválida.
A agência Yonhap informou que o Partido Democrático, maior sigla oposicionista, planeja apresentar uma nova moção de impeachment na próxima quarta-feira (11), com votação prevista para o sábado (14). Contudo, o líder do PPP, Han Dong-hoon, afirmou que a sigla governista optou por buscar a renúncia de Yoon, embora sua declaração não tenha sido clara quanto ao apoio de toda a bancada.
Antes da votação, o governo rejeitou também um pedido de investigação sobre a primeira-dama Kim Keon-hee, envolvida em suspeitas de corrupção. Sua relação com uma bolsa de luxo de cerca de R$ 11 mil foi questionada pela oposição.
A saída dos deputados do PPP do plenário gerou protestos intensos, com cerca de 150 mil manifestantes em frente à Assembleia Nacional, segundo a polícia, ou até 1 milhão, de acordo com os organizadores. A multidão exigia a destituição de Yoon, com gritos e pedidos de prisão do presidente.
Caso o impeachment tivesse sido aprovado, novas eleições presidenciais teriam sido convocadas, com o presidente afastado por até 60 dias. Com o fracasso da tentativa, o futuro político da Coreia do Sul permanece incerto, com analistas e deputados da oposição prevendo uma possível instabilidade no país.
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Yoon Suk Yeol, que assumiu o cargo em 2022 com uma plataforma conservadora, já enfrentava uma governança marcada pela impopularidade e acusações de corrupção.
A crise atingiu seu auge após a declaração de lei marcial em 3 de dezembro, a primeira desde 1987, uma medida considerada por muitos como um autogolpe para suprimir a oposição. A lei marcial foi rejeitada pelo Parlamento em 4 de dezembro, após um movimento massivo de protesto nas ruas de Seul, que contaram com o apoio de milhões, inclusive do aliado dos EUA, que expressou alívio com o recuo da medida.
Com um governo sem maioria no Legislativo e um histórico de confrontos com a oposição, Yoon continua a enfrentar grande resistência em sua gestão. Se sobreviver à pressão por sua renúncia, Yoon deverá governar até 2027, uma vez que a Constituição sul-coreana não permite reeleição.
A tensão política segue elevada, com os protestos prometendo continuar. Manifestações como a de Kim Seong-jin, de 26 anos, e de outros manifestantes como Hyunseo Lee, de 20, indicam que os sul-coreanos não desistirão facilmente da busca pela destituição do presidente. Com Yoon enfrentando uma oposição crescente e uma sociedade dividida, o futuro político da Coreia do Sul permanece volátil.
A crise de governabilidade ocorre em um momento de tensão com a Coreia do Norte, que aumentou suas ações militares e firmou acordos com a Rússia, intensificando a preocupação com a segurança regional. A situação política interna, somada à crescente oposição popular, coloca Yoon em um cenário de fragilidade, o que poderá impactar a estabilidade da Coreia do Sul nos próximos meses.
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