A morte de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, ex-dona da Amil, ocorrida na quarta-feira (07) foi considerada intencional e planejada, segundo a polícia de Nova York. O assassinato de Thompson aconteceu depois de a seguradora de saúde ter sido investigada sobre sua cobertura, diz o site da revista Newsweek.
Ninguém foi preso pelo crime ainda e a motivação da morte continua incerta. Os tiros em Thompson causaram fortes reações – críticos da empresa dizem que a UHC negou cobertura a muitos pacientes. Essas reações foram tachadas como “insensíveis”, pois “nada justifica um assassinato e atos de violência devem ser denunciados”, diz a reportagem de Andrew Stanton.
Uma das principais críticas à UHC envolve um processo denunciando uso de inteligência artificial (IA) para negar cobertura a alguns pacientes idosos que estão em um plano Medicare Advantage. “A UHC estava ciente de que o algoritmo tem uma taxa de erro de 90%”, prossegue a NewsWeek.
O processo, aberto em 14 de novembro de 2023, cita UnitedHealth Group, UnitedHealthcare e NaviHealth como réus. A ação foi movida pelas famílias de dois pacientes já falecidos que tiveram cobertura negada pela UHC para estadias em casas de repouso. O caso ainda está em andamento.
Segundo a denúncia, “o provedor de saúde continua usando o sistema porque sabe que apenas 0,2% dos segurados apelarão de suas reivindicações negadas e que a maioria pagará os custos do próprio bolso ou abrirá mão do restante dos cuidados prescritos”.
Também conforme a ação inicial”, a UnitedHealthcare conta “com as condições prejudicadas dos pacientes, falta de conhecimento e falta de recursos para apelar das decisões errôneas alimentadas por Inteligência Artificial”.
Continua o texto do promotor de Nova York: “O esquema fraudulento oferece aos réus uma clara vantagem financeira ao não ter que pagar pelos cuidados prometidos, enquanto os idosos são expulsos de instalações de cuidados em todo o país ou forçados a esgotar as economias da família para continuar recebendo os cuidados médicos necessários, tudo porque um modelo de IA ‘discorda’ das determinações de médicos reais”.
“O processo diz que um modelo de IA foi usado para comparar o diagnóstico, a idade, a situação de vida e a função física de um paciente com pessoas semelhantes para prever as necessidades da pessoa, o tempo estimado de internação e a data prevista para alta das instalações de cuidados”, escreve Stanton em sua reportagem.
Porém, esse modelo “fornecia recomendações genéricas” que não “se ajustavam às circunstâncias individuais do paciente e entravam em conflito com as regras básicas sobre o que os planos Medicare Advantage devem cobrir”, de acordo com a ação inicial.
Especialistas em assistência médica têm levantado preocupações sobre o uso de IA em planos de saúde. Levantamento da Newsweek descobriu que “as preocupações são prevalentes para pacientes em planos Medicare Advantage, fornecidos por seguradoras privadas com contratos com o governo federal dos EUA”.
O homem suspeito de atirar em Thompson ainda estava foragido na tarde de quinta-feira (05), com a polícia divulgando uma imagem melhor de seu rosto apenas mais de 24 horas após o crime.
“Estas são as fotos de uma pessoa procurada para interrogatório sobre o homicídio em Midtown Manhattan em 4 de dezembro. Isso não parece ser um ato aleatório de violência; todas as indicações são de que foi um ataque [premeditado] direcionado”, escreveu o Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) em uma postagem no X.
Thompson, 50 anos, foi morto a tiros perto do Hilton Hotel no centro de Manhattan por volta das 6h45 da manhã de quarta-feira (04), disse a polícia. Um suspeito mascarado fugiu da cena para um beco próximo e então foi embora em uma E-bike em direção ao Central Park.
Levado ao Hospital Mount Sinai, não resistiu aos ferimentos. Ele iria falar em uma apresentação para investidores no Hilton mais tarde naquele dia para a UnitedHealthcare, a maior seguradora privada de saúde dos EUA. Ele atuou como CEO da empresa desde 2021.
Autoridades disseram na quinta-feira que uma bala encontrada na cena do crime tinha as palavras negar, se defender e depor, informou a ABC News. Essas palavras eram um lema da empresa para negar benefícios aos segurados.
Segundo a comissária de polícia de Nova York, Jessica Tisch, “muitas pessoas passaram pelo suspeito, mas ele parecia esperar pelo alvo pretendido. Quero deixar claro: neste momento, todas as indicações são de que este foi um ataque premeditado, pré-planejado e direcionado.
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