A violência policial no estado de São Paulo alcançou índices preocupantes sob o governo de Tarcísio de Freitas.
De acordo com dados do Instituto Sou da Paz, as mortes causadas por policiais em serviço cresceram 78,5% entre janeiro e agosto de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Este aumento reflete desafios significativos para a segurança pública e para a proteção dos direitos humanos.
Segundo os dados, 65,2% das vítimas eram pessoas negras (pretas e pardas), evidenciando um impacto desproporcional da violência policial sobre populações vulneráveis.
Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública informou que tem investido em capacitação de policiais e em equipamentos menos letais.
No entanto, os resultados demonstram que ainda há muito a ser feito para reduzir a letalidade policial no estado.
Entre janeiro e novembro de 2022, último ano da gestão anterior da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registradas 355 mortes por intervenção policial. Em 2024, durante o segundo ano da gestão do capitão da reserva Guilherme Derrite, o número saltou para 702, representando um aumento de 98%. Os dados são compilados pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público (Gaesp-MPSP).
Em 4 de novembro, 12 policiais militares foram afastados após agredirem Lenilda Messias, de 63 anos, seu filho e outros dois membros da família em sua própria casa, no Jardim Regina Alice, em Barueri. A Corregedoria da PM investiga o caso.
Em 2 de novembro, o PM Luan Felipe Alves Pereira foi flagrado arremessando um homem de uma ponte na Cidade Ademar, zona Sul de São Paulo. Sua prisão preventiva foi mantida após audiência de custódia, e outros 12 agentes envolvidos também foram afastados.
Gabriel Renan da Silva Soares, jovem negro de 23 anos, foi morto com 11 tiros nas costas pelo PM Vinícius de Lima Britto em 3 de novembro. O crime ocorreu em um mercado na Avenida Cupecê, zona Sul de São Paulo, após Gabriel tentar furtar produtos. O policial foi preso após decisão do TJ-SP.
Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos, foi morto em um hotel na Vila Mariana. Os policiais envolvidos alegaram que o jovem tentou pegar uma arma durante a abordagem, mas todos foram afastados enquanto o caso é investigado.
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto com 10 tiros em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Oito policiais envolvidos estão sob investigação por suspeita de execução.
Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas 4 anos, foi morto por uma bala perdida durante um confronto entre policiais e criminosos em Santos. Sete PMs foram afastados e submetidos a acompanhamento psicológico.
Quatro policiais foram afastados após imagens mostrarem uma viatura sendo usada em um racha em Interlagos, zona Sul de São Paulo. O acidente ocorreu em julho, mas o caso viralizou nas redes sociais em novembro.
Diante do aumento das mortes e dos casos de abuso, a SSP intensificou a investigação de condutas inadequadas por policiais e reforçou a atuação da Corregedoria. Apesar disso, os dados indicam que as mudanças estruturais necessárias para reduzir a letalidade policial ainda não surtiram efeito prático.
Elite assustada
A escalada assustou setores da elite paulistana.
A preocupação, obvia, é que o conceito da violência pela violência generalizou e o medo é se alastrar das periferias para os bairros nobres.
O governador Tarcísio de Freitas sentiu o golpe. Está tentando recuar na sua intenção de intensificar a força, mas nem todos estão acreditando na sinceridade das suas intenções.
O nome do governador é um dos assuntos mais comentados do X na tarde deste sábado, com críticas as mais diversas à sua conduta na segurança pública.
O governador está nas cordas, enquanto a população de São Paulo está na lona, acuada por uma violência sem precedentes no Estado.
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