Forças rebeldes vigiam Hama, na Síria, após tomarem a cidade em 7/12/2024; ofensiva visa derrubar Bashar al-Assad, com Aleppo e Hama fora de seu controle pela 1ª vez desde 2011. Foto: Bakr ALKASEM/AFP

Grupos rebeldes na Síria avançaram para os subúrbios de Damasco neste sábado, marcando a primeira vez desde 2018 que forças opositoras chegam tão perto da capital. Segundo a Associated Press, a ofensiva reacendeu rumores sobre uma possível saída do presidente Bashar al-Assad de Damasco, algo que foi negado pelo governo.

O avanço foi liderado por uma aliança rebelde encabeçada pelo grupo islâmico radical Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que afirmou estar na “fase final” de ataques contra o regime.

Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), organização de monitoramento baseada no Reino Unido, informou que os insurgentes já estão ativos em áreas como Maadamiyah, Jaramana e Daraya, nos arredores da capital. Ele também afirmou que os combatentes marcham do leste da Síria em direção ao subúrbio de Harasta. “Estamos a menos de 20 quilômetros da entrada sul de Damasco”, declarou Hassan Abdel Ghani, comandante da aliança rebelde, em entrevista à AFP.

A ofensiva rebelde ocorre em meio à perda de controle governamental em outras regiões estratégicas do país. De acordo com Abdel Rahman, as forças rebeldes e aliadas controlam quase toda a província de Daraa, no sul, e parte da cidade de Aleppo, a segunda maior do país. “Os insurgentes têm controle total da província de Daraa e grande parte de Aleppo, exceto áreas dominadas por forças curdas”, afirmou o diretor do OSDH à AFP.

O presidente da Síria Bashar al-Assad. Foto: JOSEPH EID / AFP

O Exército sírio reconheceu o avanço rebelde e divulgou um comunicado admitindo a gravidade da situação. “Militantes em grande número estão atacando de várias direções”, informou o governo, que disse estar preparando uma contraofensiva para retomar as áreas perdidas. A ofensiva rebelde ocorre em um momento de deslocamento em massa. Segundo o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha), cerca de 50 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas no noroeste da Síria desde o início dos confrontos.

A situação humanitária se agrava com a escalada do conflito. Organizações internacionais alertam para o impacto devastador nos civis, já que os combates ocorrem em áreas densamente povoadas. Em Aleppo, dezenas de soldados do governo foram mortos nos ataques recentes. A cidade, controlada parcialmente por rebeldes e forças curdas, é um dos pontos críticos na ofensiva, consolidando o avanço opositor contra o regime de Assad.

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Last Update: 07/12/2024