Voluntariado é diferente de filantropia
No Brasil, o trabalho voluntário é frequentemente associado a atividades realizadas por associações formais. Essa visão, no entanto, limita o potencial das empresas em integrar o voluntariado à sua cultura organizacional.
De acordo com Abel Reis, presidente do Conselho de Administração da Parceiros Voluntários, o voluntariado está conectado ao “S” do ESG. Ele ressalta que as empresas devem mobilizar suas equipes para gerar impacto social. “A mobilização transforma o impacto nas comunidades em valor para o negócio”, explica.
Nos Estados Unidos, o voluntariado já demonstra impacto significativo. Reis aponta que as contribuições ultrapassam US$ 200 milhões para as comunidades. Ele sugere que esse modelo pode servir de referência para empresas brasileiras interessadas em criar projetos alinhados ao propósito corporativo.
Mapeie os perfis internos
Para começar, é importante mapear os interesses dos funcionários. Isso permite identificar as áreas onde eles podem contribuir de maneira mais engajada.
Segundo Reis, abrir canais de comunicação é essencial. “As pessoas devem ter espaço para compartilhar experiências e aspirações relacionadas ao voluntariado”, afirma. Ele alerta que assumir preferências sem ouvir os trabalhadores pode limitar os resultados.
Além disso, as gerações mais jovens têm demonstrado interesse em projetos que conectam trabalho e propósito. Envolver esses funcionários pode aumentar o engajamento e contribuir para o desenvolvimento de novas competências.
Use tecnologia como aliada
A tecnologia pode ser uma ferramenta importante para estruturar e expandir iniciativas de voluntariado. No entanto, é necessário ter clareza nos objetivos.
Abel Reis explica que o terceiro setor no Brasil desenvolve tecnologias sociais há mais de duas décadas. Essas ferramentas podem tornar os programas mais eficientes e escaláveis. Ele ressalta: “A tecnologia é o meio, não o fim. Sem um propósito, ela perde sua utilidade”.
Por isso, é importante alinhar os processos tecnológicos às necessidades das comunidades. Essa abordagem garante que os esforços sejam direcionados de maneira estratégica e gerem resultados concretos.
Conte com especialistas para orientar ações
Outra recomendação é buscar o apoio de especialistas para orientar os programas de voluntariado. Eles podem ajudar a estabelecer métricas e medir o impacto das ações.
Segundo Reis, a orientação especializada permite entender melhor como as comunidades se organizam. “Esse entendimento é essencial para demonstrar os resultados e ampliar o alcance das iniciativas”, explica.
Por fim, os especialistas também auxiliam na integração entre empresas e comunidades. Isso facilita a execução de ações mais efetivas e alinhadas às prioridades organizacionais.