Em homenagem ao legado de Candido Portinari, um dos maiores artistas brasileiros, os Correios lançaram a Série de Selos Institucionais “Obras Desaparecidas de Candido Portinari”. O evento aconteceu na última segunda-feira (2), durante uma Reunião Especial de Plenário na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. A cerimônia contou com a presença de João Candido Portinari, filho do pintor, que recebeu o título de cidadão honorário do estado de Minas Gerais.
A obliteração (ritual realizado, tradicionalmente, nos lançamentos de selos especiais) dos selos foi realizada pela diretora Econômico-Financeira dos Correios, Maria do Carmo Lara, pelo presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite, pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e por João Candido Portinari. A série é composta por quatro selos que retratam obras do artista: “Grupo de Mulheres” (1937), “Namorados” (1940), “Baiana com Crianças” (1940) e “Lampião e Maria Bonita” (1947).
Durante o evento, a ministra Cármen Lúcia destacou a relevância do trabalho de Candido Portinari e o esforço de João Candido em preservar e divulgar a obra de seu pai. “O retrato emocionante e engajado do povo e da alma brasileira, brotado das mãos vigorosas e dos ideais profundos expostos na obra de Candido Portinari, alastra-se ainda agora como um cafezal fecundo de grãos de humanidade florescidos pela ação única de João Portinari”, afirmou a ministra.
Candido Portinari: um retrato do Brasil em núcleos
Candido Portinari (1903–1962) é considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira, com uma produção artística que ultrapassa cinco mil obras e retrata a vida, a cultura e as questões sociais do Brasil. Seus traços expressionistas e cubistas ganharam destaque em murais de grande impacto, como os painéis Guerra e Paz, criados para a sede da ONU, em Nova York, e os murais da Igreja de São Francisco, na Pampulha, marco da arquitetura modernista em Belo Horizonte .
Outro exemplo de sua relevância está no painel Tiradentes, pintado para o Colégio Cataguases (MG) e atualmente exposto no Memorial da América Latina, em São Paulo. Uma réplica desse painel pode ser vista na ALMG. Seu trabalho não apenas alcançou prestígio internacional, mas também se tornou um símbolo da identidade cultural brasileira.
No entanto, sua vasta produção, que inclui desde pequenos desenhos até murais monumentais, sofreu perdas ao longo do tempo. Aproximadamente 200 quadros estão desaparecidos. Para resgatar esse acervo e preservar sua memória, João Candido fundou, em 1979, o Projeto Portinari, que busca catalogar, popularizar e resgatar as obras e o contexto histórico do artista.
Selos disponíveis para o público
A nova série de selos também é uma reedição do projeto das Obras Desaparecidas. Em parceria com o Projeto Portinari, os Correios emitiram, em 2003 e 2004, a Série Obras Desaparecidas de Candido Portinari, destacando sete obras de paradeiro desconhecido do artista em selos postais. Os selos estão disponíveis na loja on-line e por meio de encomenda nas agências dos Correios.
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com informações dos Correios
