Os parlamentares da Bancada do PT na Câmara criticaram, em suas redes sociais, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter, nessa quarta-feira (19), a taxa básica de juros (a Selic) em 10,50% ao ano.

Para a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, não há justificativa “técnica, econômica e muito menos moral” para manter a taxa básica de juros em 10,50%, quando nem as mais “exageradas especulações colocam em risco a banda da meta de inflação. E não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje nem nunca”, apontou.

O líder do governo, deputado José Guimarães, disse que manter a taxa é uma “sabotagem” a todos os esforços do governo Lula para o crescimento do Brasil. A decisão, segundo o parlamentar, restringe o crédito e o consumo.

Política Fiscal

O deputado Lindbergh Farias fez críticas à decisão do BC de incluir a política fiscal em seu comunicado, o que, segundo ele, não é função do banco.

Farias critica a alta taxa de juros reais do Brasil, a segunda maior do mundo, e afirma que isso dificulta o equilíbrio fiscal, ao beneficiar apenas os ricos e não a economia real.

Sabotador

O deputado Paulo Guedes acusou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, de sabotar o País e defende que ele saia do comando do órgão.

O deputado Merlong Solano também questionou a possível “sabotagem”. “Em mais uma decisão contrária aos interesses do Brasil, Campos Neto segura a taxa de juros em 10,50%. Que presidente do BC no mundo trabalha para sabotar a economia do próprio País? ”

Ciclo de cortes

Com a decisão unânime, o Copom interrompe o ciclo de cortes da taxa básica de juros iniciado em agosto de 2023, contrastando com as próprias sondagens do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC.

“Não há explicações para que o Brasil continue tendo a segunda maior taxa de juros do mundo a não ser continuar favorecendo o enriquecimento de rentistas. O Banco Central optou por continuar priorizando o lucro dos agentes do mercado financeiro, mesmo que isso penalize os trabalhadores e empreendedores brasileiros e prejudique o crescimento econômico do país”, destacou o deputado Carlos Zarattini.

Ação Popular

A Bancada do PT na Câmara, coordenada pela presidenta do partido, ingressou, na 6ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, com uma Ação Popular requerendo que seja determinado que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, “se abstenha de fazer pronunciamentos de natureza político-partidária, ou ainda que deixe de pronunciar qualquer apoio à candidatura ou pretensão de ocupação de cargo político, enquanto perdurar o exercício do cargo”.

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Última Atualização: 01/07/2024