O Brasil registrou um aumento na expectativa de vida ao nascer, que alcançou 76,4 anos em 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um crescimento de 0,9 ano em relação a 2022, quando a expectativa de vida era de 75,5 anos.
Homens e mulheres obtiveram ganhos expressivos, embora em ritmos diferentes. Para a população masculina, a expectativa de vida aumentou de 72,1 anos em 2022 para 73,1 anos em 2023, um acréscimo de 12,4 meses. Já as mulheres passaram de 78,8 anos para 79,7 anos, um aumento de 10,5 meses.
Esse avanço reflete a recuperação após uma queda significativa durante a pandemia de Covid-19, que derrubou a expectativa de vida para 72,8 anos em 2021. A redução do excesso de mortes causadas por coronavírus contribuiu significativamente para o retorno aos níveis pré-crise, beneficiando ambos os sexos.
Histórico de mudanças demográficas
Desde a década de 1940, o Brasil tem vivenciado um processo contínuo de transição demográfica, marcado pela queda nas taxas de mortalidade, especialmente infantil. Em 1940, a taxa de mortalidade infantil era de 146,6 óbitos por mil nascidos vivos. Em 2023, esse número caiu para 14,7 por mil, uma redução de 91,5%.
Além disso, as melhorias no saneamento básico, campanhas de vacinação e a expansão do acesso ao sistema de saúde, também contribuíram para a longevidade. Em 1940, um brasileiro de 50 anos tinha uma expectativa de vida de apenas 19,1 anos. Hoje, um indivíduo da mesma idade pode esperar viver mais 30,7 anos. Além disso, naquele período, apenas 213 em cada 1.000 pessoas que completavam 60 anos chegavam aos 80 anos; em 2023, esse número saltou para 618. “O aumento da longevidade dos brasileiros vem paulatinamente aumentando ao longo do tempo.”
Desafios e desigualdades
Apesar do aumento geral, a sobremortalidade masculina em idades jovens ainda chama atenção. Homens de 20 a 24 anos têm 4,1 vezes mais chances de morrer antes dos 25 anos em comparação com mulheres da mesma faixa etária, devido a causas externas, como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc. “Este fenômeno pode ser explicado pela maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina.”
Por outro lado, as mulheres continuam a apresentar maior longevidade, vivendo, em média, 1,2 ano a mais que os homens ao atingir os 80 anos.
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