O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou otimismo sobre um possível retorno ao poder no Brasil, utilizando como estratégia o apoio externo e alianças com líderes de direita, especialmente o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apesar de estar proibido de se candidatar até 2030 devido a uma decisão judicial e enfrentar diversas acusações criminais, Bolsonaro acredita que a vitória de Trump pode mudar os rumos de sua carreira política e reverter a atual situação.
Em entrevista, Bolsonaro classificou a eleição de Trump como uma “virada de jogo” para políticos de direita, principalmente na América Latina, onde partidos de esquerda venceram recentemente eleições presidenciais em países como México e Uruguai.
“Trump está de volta, e é um sinal de que nós também voltaremos”, afirmou, referindo-se à possibilidade de disputar a presidência em 2026.
O ex-capitão revelou que, desde a vitória de Trump, ele e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, mantêm contato constante com o novo governo dos Estados Unidos. “Fiquei acordado a noite toda torcendo pelo ‘Laranjão’”, disse Bolsonaro, mostrando seu apoio incondicional a Trump.
Ele destacou ainda a frase “é hora do MAAGA – Make All Americas Great Again (Faça Todas as Américas Grandes Novamente)”, em referência ao slogan de Trump, exibindo um livro que recebeu do presidente norte-americano com a dedicatória: “Jair – You are GREAT” (Jair, você é ótimo).
Apesar de sua inelegibilidade até 2030, Bolsonaro afirmou que planeja registrar sua candidatura à presidência em 2026, apostando que a pressão internacional, liderada por Trump, pode atrasar ou até reverter a execução de sua sentença.
“Contanto que o tribunal eleitoral não recuse meu registro, ele é válido”, declarou, sugerindo que poderia participar do pleito enquanto o processo não fosse concluído.
Bolsonaro também sugeriu que possíveis sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, sob a gestão de Trump, poderiam ser uma forma de enfraquecer o governo Lula (PT). Ele comparou a situação ao que ocorreu com a Venezuela durante o governo de Trump, quando sanções foram aplicadas ao país.
“Trump também tem se preocupado muito com a Venezuela e discutiu comigo maneiras pelas quais podemos devolvê-la à democracia”, afirmou, deixando claro que vê no presidente americano um aliado crucial para seu retorno ao cenário político brasileiro.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF), junto com outras 36 pessoas, por supostamente participar de uma conspiração para realizar um golpe de Estado em 2022, que teria como objetivo impedir a posse de Lula. Além disso, a PF apontou que o ex-presidente teria “pleno conhecimento” de um plano para assassinar o atual chefe de Estado.
