O mercado financeiro exerce pressão crescente sobre o governo Lula

Os agentes do mercado financeiro esticaram a corda contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o anúncio do pacote fiscal detalhado pela equipe econômica da Planalto nesta quinta-feira. Na manhã desta sexta-feira, o dólar chegou à marca de R$ 6 após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhar o plano de ajustes de gastos para atender ao arcabouço fiscal.

As medidas anunciadas por Haddad em um pronunciamento em rede nacional e detalhadas em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto preveem um corte de gastos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. Até 2030, o corte prometido pela equipe econômica chega a R$ 327 bilhões.

Entre as ações, estão uma limitação para o crescimento do salário mínimo, restrição para o abono salarial e uma alíquota de até 10% de imposto para pessoas que ganham mais de R$ 600 mil por ano.

Não foi o suficiente para a Faria Lima, que diz que o corte de direitos e do orçamento não deve cobrir a isenção do Imposto de Renda para àqueles que ganham até R$ 5 mil, também anunciado pelo governo federal como parte do pacote fiscal.

O ministro Fernando Haddad disse que o mercado financeiro tem errado nas projeções e precisa fazer uma “releitura”. “Não é que errou pouco. O mercado chutou 1,5% de crescimento [do Produto Interno Bruto, PIB], e estamos com quase 3,5% de crescimento”, destacou o ministro, ao citar projeções do início do ano.

Haddad também disse que o mercado estimava um rombo das contas públicas de 0,8% do PIB, enquanto que o governo espera registrar um déficit de 0,25% do PIB no ano.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, relacionou a alta do dólar a uma especulação contra o Brasil. O comentário foi feito no seu perfil no X (ex-Twitter) cerca de uma hora depois do pronunciamento de Haddad em cadeia de rádio e televisão.

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-AM) classificou a especulação do mercado como chantagem. “Impressionante e repulsiva essa chantagem do tal mercado ao governo do presidente Lula”, publicou nas redes sociais.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que o mercado atua para manter privilégios. A chantagem da Faria Lima não tem limites.

“A preocupação não é com as contas públicas. É em manter privilégios e fazer o povo pagar a conta. Se o governo não se rende, enfrenta ataque especulativo e instabilidade. É isso que estamos vivendo hoje no Brasil” publicou nas redes sociais.

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