Mensagens obtidas pela Polícia Federal no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no país apontam que Paulo Lício de Geus atuou na elaboração e revisão de um relatório para questionar a integridade das urnas eletrônicas.
Paulo é professor titular do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo o site da universidade, ele integra o Departamento de Ciências de Computação e é especialista em segurança computacional.
O professor titular possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1979), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (1985) e doutorado em Ciência da Computação – University of Manchester (1990).
Em seu currículo na plataforma Lattes, Paulo informa que “tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Teleinformática, atuando principalmente nos seguintes temas: segurança computacional, administração de redes, política de segurança, segurança em cloud, análise comportamental de malware”.
O relatório foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, em 22 de novembro de 2022. Segundo a Polícia Federal, o documento apresentava alegações falsas sobre possíveis fraudes nas urnas eletrônicas no segundo turno do pleito.
No último dia 21, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 36 aliados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Paulo Geus não foi indiciado.
De acordo com o relatório final da Polícia Federal, o professor abasteceu influenciadores, como Fernando Cerimedo, blogueiro argentino indiciado no inquérito, de informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
Não se pode descartar a possibilidade de Geus ser apenas um profissional identificado com o bolsonarismo e que tenha aceitado a tarefa por estar dentro de sua área de competência.