Três filhas de Malcolm X acusaram a Agência Central de Inteligência (CIA), o Federal Bureau of Investigation (FBI), o Departamento de Polícia de Nova York e outras entidades em um processo de US$ 100 milhões na sexta-feira (15), alegando envolvimento no assassinato do líder do movimento negro.
Na ação movida no tribunal federal de Manhattan, as filhas — juntamente com o espólio de Malcolm X — afirmam que essas agências estavam cientes e envolvidas na conspiração para o assassinato e falharam em impedir a execução do crime.
Em uma coletiva de imprensa pela manhã, o advogado Ben Crump, ao lado de membros da família, detalhou o processo, expressando esperança de que autoridades federais e municipais leiam a ação “e aprendam sobre todas as ações nefastas cometidas por seus antecessores, tentando corrigir esses erros históricos”.
O Departamento de Polícia e a CIA não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. Nicholas Biase, porta-voz do Departamento de Justiça, que também foi processado, recusou-se a comentar. O FBI, em um e-mail, declarou que é “prática padrão” não comentar sobre litígios.
A ação alega que existia uma relação “corrupta, ilegal e inconstitucional” entre as forças de segurança e “assassinos impiedosos,” que permaneceu impune por anos e foi deliberadamente ocultada, protegida e facilitada por agentes do governo, culminando no assassinato de Malcolm X.
A esposa de Malcolm X, Betty Shabazz, os demandantes “e toda a família sofreram com a dor do desconhecido” por décadas, afirma a ação.
“Eles não sabiam quem matou Malcolm X, por que ele foi assassinado, o grau de orquestração do NYPD, FBI e CIA, a identidade dos agentes governamentais que conspiraram para garantir sua morte ou quem encobriu fraudulentamente seu papel”, diz o texto. “Os danos causados à família Shabazz são inimagináveis, imensos e irreparáveis”.