Os residentes do sul do Líbano começaram a voltar para suas casas após o acordo de cessar-fogo entre as Forças Armadas israelenses e o grupo xiita Hezbollah entrar em vigor às 23h de terça-feira (26), hora de Brasília.

O sul do país é o local onde o exército israelense mais sofreu danos às estruturas civis, deixando um rastro de sangue com milhares de mortos e feridos. A região é onde se concentra o grosso das fileiras militares do Hezbollah. 

O cessar-fogo entre Israel e Hezbollah trouxe alívio momentâneo dentro de um conflito armado de 14 meses, que matou 3.800 libaneses e deslocou mais de 1,2 milhão de pessoas. Os israelenses alegam que removeram 60 mil israelenses de suas casas.

A trégua foi anunciada pelo presidente norte-americano Joe Biden e pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Estados Unidos e França foram mediadores nas negociações que conseguiu a aprovação do Líbano, do Hezbollah e do governo de Israel, chefiado pelo sionista Benjamin Netanyahu.

A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradouras. Os norte-americanos também esperam que o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah pressione pelo fim do conflito na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 40 mil mortos.

O acordo divulgado tem como base a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra entre Israel e o grupo armado libanês em 2006 e não foi implementada seriamente, sob a alegação de repetidas violações reivindicadas por ambas as partes.

Em um anúncio na televisão do país, Netanyahu disse que “a duração do cessar-fogo dependerá do que acontecer no Líbano”, ameaçando retomar suas agressões ao território caso “Hezbollah violar o acordo”. 

Segundo o documento, Israel terá 60 dias para retirar todas as suas tropas do território libanês, enquanto o governo do país terá que ocupar uma faixa de 30 quilômetros entre a fronteira israelense e o Rio Litani como forma de evitar que o Hezbollah se reagrupe na região. Estas exigências constam na resolução da ONU de 2006.

O acordo tem cinco páginas e é dividido em 13 seções. Confira a seguir os principais pontos:

Pausa na troca de hostilidades

A troca de ataques deve começar cerca de 12 horas após a aprovação oficial do acordo de cessar-fogo. Desta forma, as Forças de Defesa de Israel e grupos armados do Líbano vão interromper imediatamente qualquer tipo de operação contra alvos inimigos.

Retirada de tropas de Israel do Líbano

Israel terá 60 dias para retirar todos os militares que estão no sul do Líbano. O governo libanês vinha pressionando para que esta fase fosse concluída antes desse prazo.

Fontes ouvidas pela agência Reuters afirmaram que Israel deve concluir a retirada das tropas em até 30 dias.

Recuo de militantes do Hezbollah na região da fronteira com Israel

Combatentes do Hezbollah deixarão suas posições no sul do Líbano e se moverão em direção ao norte. Em troca, cerca de 5 mil soldados do exército libanês ficarão posicionados na região da fronteira para garantir a segurança no local.

Possibilidade de ataques israelenses em caso de ameaças

Israel recebeu uma garantia de que poderia atacar alvos no Líbano caso ameaças à segurança do país fossem identificadas. Isso inclui a movimentação de armas do Hezbollah.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que ordenará ataques ao Hezbollah se o grupo violar o acordo.

Segundo a agência Reuters, Israel vai usar drones para monitorar movimentos dentro do Líbano. Por outro lado, o governo do Líbano disse que não aprovou nenhuma medida do tipo.

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Last Update: 27/11/2024