A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) João Paulo de Oliveira de retirar o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) no qual apresenta provas de que Bolsonaro planejou, atuou e teve participação direta na tentativa de golpe, reforçou a campanha em prol do arquivamento do projeto de lei na Câmara de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
De acordo com o relatório, o fato não se consumou em razão de “circunstâncias alheias à vontade” do ex-presidente.
“O indiciamento de Bolsonaro e sua turma no inquérito da Polícia Federal, como parte das investigações dos atentados do 8 de janeiro, acendeu a luz de alerta dos golpistas. Agora tem gente querendo livrar a cara deles com PL pra anistiar os crimes. #ArquivaPLAnistia #SemAnistia”, diz um dos textos do tuitaço promovido nesta quarta-feira (27) por parlamentares da Frente Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).
No documento de 800 páginas, a PF apresenta farta documentação contendo mensagens e áudios sobre o plano de golpe de Estado que envolvia ainda os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF João Paulo de Oliveira.
Prisão
“Vocês arquitetaram para matar. Vocês têm que pagar, responder ao processo, responder à sociedade brasileira. Vocês buscaram atentar contra a vida, contra o Estado Democrático de Direito. Vocês formaram uma quadrilha. O lugar de vocês é na prisão”, afirmou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O deputado Rogério Correia (PT-MG) solicitou ao procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, que seja rápido na análise sobre o relatório enviado a ele pelo ministro Moraes.
“Que ele seja rápido em fazer essa análise, que denuncie todos os responsáveis por tentar acabar com a democracia no Brasil e que não passe uma borracha por cima dos golpistas. Todos têm que ter direito de defesa, mas o procurador tem que punir os que tentaram acabar com a democracia”, defendeu.
Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), a PF tem as provas de toda a trama. “O relatório da Polícia Federal tem detalhes estarrecedores. Revelam o plano feito com frieza, tão minucioso que incluía tocaias e até as armas que seriam usadas para matar — coisa de Comando Vermelho, coisa de PCC, coisa de milícia. E, ao contrário do que diz Mourão [senador], não era um grupelho, eram militares da alta patente, que estavam no centro do poder”, disse.