O ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela PF por suposta trama golpista que visava impedir a posse do presidente Lula em 2023 – Foto: Reprodução

A Polícia Federal concluiu um relatório de 884 páginas, ao qual o DCM teve acesso, que indica o caminho para a Procuradoria-Geral da República (PGR) unificar as investigações contra Jair Bolsonaro (PL) em uma única denúncia. O documento reúne apurações sobre a trama golpista, a fraude na carteira de vacinação contra a Covid-19 e o desvio de joias sauditas, consolidando o indiciamento do ex-presidente por crimes como organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de direito.

O relatório destaca a atuação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, como figura-chave nas investigações. Cid firmou um acordo de delação premiada, e mensagens recuperadas de seu celular pela PF trouxeram novos elementos que reforçam a conexão entre as diferentes frentes de apuração. Segundo a PF, a organização criminosa tinha cinco eixos principais de atuação, incluindo ataques ao sistema eleitoral e ao STF, além de fraudes no uso da estrutura estatal.

Jair Bolsonaro e Mauro Cid, apontado pela PF como figura-chave nas investigações sobre suposta trama golpista orquestrada pelo ex-capitão e apoiadores – Foto: Reprodução

A PGR considera que os crimes apontados pela PF são interligados, o que possibilita a apresentação de uma denúncia robusta e coesa. Entre os casos reunidos, está a falsificação de dados no cartão de vacinação de Bolsonaro, usada para inserir informações falsas nos sistemas do Ministério da Saúde. O desvio de joias sauditas recebidas em eventos oficiais também está listado como um dos crimes investigados.

O ministro Alexandre de Moraes destacou, em decisão recente, a organização do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral e executar o golpe de Estado. “Há interligação entre os núcleos, com investigados atuando de forma simultânea e coordenada”, escreveu Moraes ao levantar o sigilo do relatório da PF.

O documento ainda revela que a organização bolsonarista atuou “mediante divisão de tarefas, com o fim de obtenção de vantagem consistente em tentar manter o então presidente da República Jair Bolsonaro no poder”.

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Last Update: 27/11/2024