Era uma quarta-feira, dia 5 de julho de 2023, na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Ela estava sob ataque do exército de “Israel”. Esse ataque visava um campo de refugiados na cidade e foi prontamente respondido pelo Movimento da Jiade Islâmica da Palestina, que enviou seus combatentes das Brigadas de Al-Quds em defesa da população palestina. No entanto, os combatentes que se dirigiam ao local do ataque perpetrado pelos sionistas — Murad Malaysha, Muhammad Barahma e vários outros que os acompanhavam — foram capturados e espancados pela Autoridade Palestina (AP).
Pouco se sabe sobre o ocorrido, já que não há transparência dos governos de “Israel” e de seu vassalo, a AP. Não há espaço seguro para jornalismo investigativo em uma zona de conflito, e a imprensa imperialista oculta esses casos. O que se sabe veio de uma agência de notícias árabe, chamada Safa, que divulgou uma nota das Brigadas de Jenin.
A nota é bastante dura em denunciar e repudiar a traição da AP. Classificou as detenções como uma “vergonha” e também afirmou:
“A detenção política de nossos irmãos e filhos mujahideen é uma vergonha, e é lamentável que enfrentemos batalhas contra a ocupação enquanto somos apunhalados pelas costas.”
As Brigadas de Al-Quds também relataram que pediram ao Fatá, que dirige a AP, que parasse de prender os combatentes da resistência.
A reação dos organismos internacionais ao ataque a Jenin
O ataque que estava sendo levado adiante pelo exército israelense em Jenin foi considerado o maior em 20 anos e deixou mais de 3.000 refugiados em apenas um dia. Ele começou na madrugada do dia 3 daquela semana. A ONU foi obrigada a se posicionar, denunciando que o ataque cortou os suprimentos de comida, água potável e fórmula-alimentos para bebês da cidade.
A ONU, a OMS e a ONG Médicos sem Fronteiras denunciaram que os médicos estavam sendo barrados de entrar no campo para salvar os feridos, inclusive os que estavam em estado crítico. A porta-voz do gabinete humanitário da ONU, [nome], disse:
“Estamos alarmados com a escala da operação aérea e terrestre em Jenin, na Cisjordânia ocupada, e sabemos que os ataques aéreos atingem áreas densamente povoadas do campo de refugiados.”
Um dos porta-vozes da OMS criticou:
“Os profissionais de saúde foram impedidos de entrar no campo, incluindo os que queriam auxiliar feridos em estado crítico.”
A ONG Médicos sem Fronteiras denunciou que “Israel” havia destruído as entradas para a cidade:
“Os paramédicos palestinos foram forçados a seguir a pé, numa área com combates ativos e ataques de drones.”
Sabe-se que, devido ao fato de que essas organizações representam o imperialismo, a situação precisa ser muito grave para que “Israel” seja cobrado por elas.
Sobre o campo de Jenin
O Campo de Refugiados de Jenin foi criado em 1948 para os palestinos que tiveram suas casas roubadas e foram obrigados a fugir durante a Nakba. Foi o ano em que “Israel” foi reconhecido pela ONU.
Jenin, dessa forma, se tornou um foco de resistência e uma referência para a luta do povo palestino. Não coincidentemente, é lá que ficam as Brigadas de Jenin, grupo ligado ao Movimento da Jiade Islâmica da Palestina.
Segundo o Estado de “Israel”, o local abrigava outras organizações da resistência, entre elas o Hamas, o Fatá e outras divisões da Jiade Islâmica. Segundo o Estado terrorista de “Israel”, o local era um centro onde se organizavam ataques terroristas contra seus cidadãos. “Israel” chegou a declarar que a finalidade do ataque seria:
“Quebrar a mentalidade de que o campo de refugiados é um porto seguro, quando na verdade se tornou um ninho de vespas.”