O padre João Pedro de Oliveira e Silva gesticulando em tom de indignação
Padre João Pedro de Oliveira e Silva – Reprodução/Instagram

O padre João Pedro de Oliveira e Silva, mencionado 74 vezes no relatório da Polícia Federal (PF) que investiga uma trama para um golpe de Estado no Brasil, segue com suas atividades eclesiásticas mantidas pela Diocese de Osasco, enquanto o caso está em análise.

Em nota à Folha de S.Paulo, a Diocese declarou: “A Diocese de Osasco está acompanhando atentamente a investigação. Aguardamos o desfecho do processo”. O padre é responsável pela paróquia São Domingos, localizada na região metropolitana de São Paulo.

Envolvimento em relatório da PF

Divulgado nesta terça-feira (26), o relatório da PF descreve o sacerdote como um dos responsáveis pela minuta de um plano que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, impedindo a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a investigação, o religioso integrava o núcleo jurídico da organização criminosa articuladora da ruptura democrática.

O documento cita deslocamentos do líder católico a Brasília nos últimos meses de 2022, incluindo visitas ao Palácio da Alvorada e ao comitê de campanha do político do Partido Liberal. Em depoimento, o padre afirmou que esteve com o ex-mandatário apenas para prestar atendimento espiritual.

Padre João Pedro de Oliveira e Silva olhando para o lado com expressão desconfiada
Padre João Pedro de Oliveira e Silva, subordinado da Diocese de Osasco – Reprodução/Instagram

Mensagens sobre oração ao golpe

A PF revelou ainda mensagens enviadas por João Pedro em 3 de novembro daquele ano, incentivando orações por generais, incluindo o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Na mensagem, o padre conclamava católicos e evangélicos a rezarem para que os militares tivessem “coragem de salvar o Brasil”, resistissem à “covardia” e agissem com “consciência histórica”.

Para a Polícia Federal, a mensagem demonstra que, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições, o padre já difundia ideias de um golpe apoiado pelas Forças Armadas.

Defesa e silêncio nas redes sociais

A defesa de João Pedro nega qualquer envolvimento em conspirações golpistas e acusa a investigação de violar sigilos. Mesmo com 431 mil seguidores no Instagram, incluindo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o padre não comentou os novos desdobramentos do caso em suas redes sociais.

A Diocese de Osasco informou que aguarda os desdobramentos da apuração para definir possíveis medidas, reafirmando que acompanha o processo com atenção.

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Last Update: 26/11/2024