Padre Luís Carlos de Oliveira e Silva gravando vídeo e sorrindo
Padre Luís Carlos de Oliveira e Silva, que foi mencionado dezenas de vezes em relatório da PF – Reprodução/Instagram

O padre Luís Carlos de Oliveira e Silva foi indiciado pela Polícia Federal ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 35 pessoas por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Entre as evidências, destaca-se a redação e disseminação, via WhatsApp, de uma “oração ao golpe”, na qual o religioso convocava brasileiros a incluírem nomes de militares em suas preces.

De acordo com o relatório final da investigação, entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) na última quinta-feira (21) e divulgado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26), a mensagem foi enviada pelo líder católico em 3 de novembro de 2022.

Na oração, constam nomes de militares como Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, e Estevam Teophilo, chefe do Comando de Operações Terrestres na época, ambos também indiciados pela PF.

O texto pedia que brasileiros, católicos e evangélicos, rezassem para que Deus concedesse coragem aos militares para “salvar o Brasil”, superassem a covardia e agissem “com consciência histórica e não apenas como funcionários públicos de farda”. Curiosamente, a lista incluía também militares que resistiram às tentativas de golpe, como o então comandante do Exército, Marco Antonio Freire Gomes.

O padre Luís Carlos de Oliveira e Silva de batina vermelha falando em microfone, sério
O padre Luís Carlos de Oliveira e Silva – Reprodução/Instagram

O relatório aponta que o padre esteve em Brasília entre novembro e dezembro de 2022, visitando locais estratégicos como o comitê de campanha de Bolsonaro e o Palácio da Alvorada. Em depoimento, afirmou ter prestado apoio espiritual a Filipe Martins, então assessor da Presidência, e ao próprio ex-presidente.

Em uma mensagem de 6 de novembro, incluída nos autos, o padre teria comentado sobre a hesitação de Jair Bolsonaro em assinar um decreto golpista. A mensagem, que reflete uma linguagem chula e confusa, diz:

“Se ele [Bolsonaro] não fizer isso [assinar decreto do golpe de Estado], ele vai se foder e o povo também vai se foder; se ele fizer isso, ele não vai se foder, mas o povo vai ser (sic) foder e, depois, vai foder ele; se ele fizer o que tem que fazer, ele não vai se foder e o povo não vai se foder, mas depois vão foder ele do mesmo jeito (altas conversas metafísicas em Brasília)”.

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Last Update: 26/11/2024