Presidenta do PT responde Bolsonaro enquanto o cerco se fecha sobre golpistas: Nesta terça (26), Alexandre de Moraes quebra sigilo do inquérito que investiga trama golpista de Bolsonaro e sua quadrilha e envia relatório à PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou, nesta terça-feira (26), o sigilo do inquérito que investiga a intentona bolsonarista contra a democracia brasileira, orquestrada para assassinar o presidente Lula, o vice, Geraldo Alckmin (PSB-SP), e o próprio Moraes. O magistrado também remeteu o documento de 884 páginas à Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai decidir se apresenta denúncia contra os acusados.

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Diante das evidências que pesam contra Jair Bolsonaro e a quadrilha arregimentada por ele para enterrar o Estado Democrático de Direito, além das recentes e constrangedoras falas do capitão da extrema direita, confessando que a conspiração foi, de fato, gestada dentro do Palácio do Planalto, a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann, exigiu punição ao ex-presidente, como manda a lei.

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“Golpe não é ‘coisa séria’, Bolsonaro: golpe é crime. Contra a democracia e o Estado de Direito, previsto na lei. E o seu golpe fracassou, simples assim. Responda por seus crimes na Justiça, porque, para o país e para a História, você já está condenado”, publicou Gleisi, na rede social X.

A PGR tem prazo de 15 dias para se manifestar, mas a expectativa é de que o procurador-geral, Paulo Gonet, apresente denúncia contra o capitão da extrema direita apenas em 2025. Na última quinta (21), a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e outros 36 extremistas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Reações desesperadas

As reações desesperadas de Bolsonaro ao cerco da Justiça, hora tentando minimizar seu indiciamento pela PF, hora se vitimizando, foram constrangedoras até para os padrões da extrema direita. “Posso ser preso ao sair daqui”, indicou a jornalistas, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, na segunda (25).

Na mesma entrevista, o ex-presidente chegou a admitir que o Estado de Sítio estava entre seus desejos, depois de perder as eleições de 2022. A solução, argumentou Bolsonaro, seria uma maneira de se manter “dentro das quatro linhas”. “Jamais faria algo fora das quatro linhas da Constituição. Dá para resolver tudo nas quatro linhas”, confabulou.

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Confissão dos criminosos

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) ironizou os argumentos de Bolsonaro para esvaziar o processo. Na avaliação do parlamentar, o ex-presidente cometeu um deslize e admitiu os crimes. Bolsonaro disse, nas redes sociais, após receber o indiciamento, que um golpe de Estado ocorre apenas quando há “presidente empossado”, o que ainda não era o caso de Lula, no momento da intentona fascista.

“Lula estava eleito. Lula tinha sido diplomado dia 12 de dezembro. Isso aqui é inacreditável. É uma confissão. O que passa na cabeça de um sujeito como esse? […] Não pode ter anistia dos golpistas”, defendeu Lindbergh, por meio do X.

As manifestações de Bolsonaro confirmam o que o PT já apontava desde de 2021, quando iniciou a série Réu Confesso, uma série de matérias para mostrar todos os crimes cometidos por Bolsonaro à frente da Presidência, dos crimes ambientais ao negacionismo científico que resultou na morte de mais de 700 mil brasileiros, fato que popularizou e associou o termo “genocida” ao seu governo desastroso.

A nota da defesa do general da reserva Braga Netto – vice de Bolsonaro nas eleições de 2022 e igualmente indiciado pela PF – também soou como uma confissão da tentativa de golpe de Estado. Conforme o jornal O Globo, membros do PL se disseram constrangidos com a refutação de um “golpe dentro do golpe”, postulada pelos advogados do general, o que comprovaria a lealdade de Braga Netto para com o ex-presidente.

PT Nacional, com O Globo

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Last Update: 26/11/2024