Os réus do caso Genivaldo, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, estão presos desde 14 de outubro de 2022, após acusação de envolvimento na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos. O júri popular começa nesta terça-feira e deve durar, inicialmente, sete dias corridos.
O julgamento será no Fórum Estadual da Comarca de Estância, a 70 km da capital sergipana. O juiz federal Rafael Soares Souza, da Sergipe, é o responsável pelo caso Genivaldo.
Segundo informações do G1, a defesa de Paulo Rodolpho alega inocência e que ele teria seguido os protocolos da PRF. O advogado de Kleber Nascimento acredita que a tipificação dos crimes é equivocada e afirmou que o cliente não teve nenhuma participação. Já a defesa de William de Barros não foi localizada.
Os ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal são acusados de homícidio triplamente qualificado e tortura após abordarem Genivaldo por estar dirigindo sem capacete. Os três foram demitidos da PRF após determinação do Ministro da Justiça, em agosto de 2023.
O caso Genivaldo
A vítima, Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, era aposentado por diagnóstico de esquizofrenia. Ele era casado com Maria Fabiana dos Santos. O casal tinha um filho de sete anos e Genivaldo também tinha um enteado de 18.
Genivaldo pilotava uma motocicleta sem capacete quando foi abordado no município de Umbaúba, no sul do estado de Sergipe. Os então agentes da Polícia Rodoviária Federal, William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento. A ação foi gravada por testemunhas.
O agente William aparece solicitando que Genivaldo coloque as mãos na cabeça, o que ele obedece. Ainda sim, Genivaldo levou um jato de spray de pimenta.
Segundo os peritos, o policial Kleber Nascimento Freitas jogou spray de pimenta pelo menos cinco vezes em Genivaldo, que alegou que não estava fazendo nada.
A ação dos policiais seguiu quando Genivaldo ficou no chão tendo o pescoço e os joelhos e o peito pressionados pelos joelhos dos agentes.
Na sequência, Genivaldo é colocado no porta-malas da viatura junto a uma bomba de gás lacrimogêneo jogada pelo policial Paulo Rodolpho. O agente junto a William seguraram a porta, impedindo que Genivaldo tentasse sair e que a fumaça se dissipasse.
Segundo a perícia da Polícia Federal, a vítima passou 11 minutos e 27 segundos em meio a gases tóxicos. Também foi constatado um colapso nos pulmões que levaram a morte de Genivaldo.