Integrantes da cúpula das Forças Armadas atuaram, nos bastidores, para tentar excluir os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado destinada a impedir a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Heleno, que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Nogueira, ex-ministro da Defesa, ocuparam posições de destaque no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar das articulações, os esforços não tiveram sucesso. Ambos estão entre os 37 nomes indiciados pela Polícia Federal (PF) na última semana, junto com Bolsonaro, sendo acusados de crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Na tentativa de poupar o general Heleno, membros da cúpula militar recorreram ao seu currículo, mencionando sua atuação como primeiro comandante da Força de Paz da ONU no Haiti, entre 2004 e 2005, e como comandante militar da Amazônia, de 2007 a 2009.
Estratégias similares foram utilizadas em defesa de Paulo Sérgio Nogueira, que já havia sido comandante do Exército e liderado o departamento pessoal da corporação antes de assumir o Ministério da Defesa.
Entretanto, a combinação da postura de lealdade de ambos os generais a Bolsonaro com as evidências reunidas pela Polícia Federal sobre o envolvimento na conspiração não deixou margem para que os pedidos fossem aceitos.