A Polícia Federal apontou o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, como integrante de um grupo responsável por levantar dados que ajudariam Jair Bolsonaro (PL) a consumar um golpe de Estado em 2022.
Na semana passada, a PF indiciou Bolsonaro, Heleno e mais 35 pessoas por envolvimento na trama golpista. A polícia dividiu os participantes da conspiração em seis núcleos.
O detalhe consta de uma decisão assinada nesta terça-feira 26 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ele retirou o sigilo do relatório da PF e enviou o inquérito à Procuradoria-Geral da República, que pode denunciar os indiciados, arquivar o caso ou solicitar novas diligências.
Heleno integraria o chamado Núcleo de Inteligência Paralela. Como ministro do GSI, ele era o chefe da Agência Brasileira de Inteligência, alvo de investigação da PF no caso conhecido como “Abin Paralela”. Atualmente, o órgão está sob o guarda-chuva da Casa Civil.
O suposto esquema na agência teria funcionado entre 2019 e 2021, durante o período em que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi o diretor-geral da agência.
O núcleo do qual Heleno supostamente fez parte tinha a seguinte atribuição, de acordo com a PF:
“Coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente da República Jair Bolsonaro na consumação do golpe de Estado. Monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado”.
Também fariam parte desse núcleo Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro, e o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente.
Confira os núcleos mencionados pela PF:
- Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e apoio a Outros Núcleos
- Núcleo de Inteligência Paralela
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
- Núcleo Jurídico
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
Bolsonaro está na relação de indiciados pela PF, mas não aparece como integrante de algum núcleo específico — ele seria o beneficiário da ação dos grupos. Veja a divisão de outros alvos:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado
- Núcleo Jurídico
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
- Núcleo de Inteligência Paralela
- Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e apoio a Outros Núcleos
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Anderson Torres
- Angelo Martins Denicoli
- Fernando Cerimedo
- Eder Lindsay Magalhães Balbino
- Hélio Ferreira Lima
- Guilherme Marques Almeida
- Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
- Tércio Arnaud Tomaz
- Walter Souza Braga Netto
- Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Bernardo Romão Correa Neto
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Filipe Garcia Martins Pereira
- Anderson Gustavo Torres
- Amauri Feres Saad
- Jose Eduardo de Oliveira e Silva
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
- Bernardo Romão Correa Neto
- Hélio Ferreira Lima
- Rafael Martins de Oliveira
- Alex de Araújo Rodrigues
- Cleverson Ney Magalhães
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
- Marcelo Costa Câmara;
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Walter Souza Braga Netto;
- Almir Garnier Santos
- Mario Fernandes
- Esteva Theophilo Gaspar de Oliveira
- Laércio Vergílio;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira