O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirou, nesta terça-feira 26, o sigilo do inquérito da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas pela tentativa de golpe de Estado em 2022.
Moraes, contudo, manteve em sigilo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo o ministro, a “existência de diligências em curso e outras em fase de deliberação” justifica a decisão.
“É certo que, diante da apresentação do relatório final e do cumprimento das medidas requeridas pela autoridade policial, não há necessidade de manutenção da restrição de publicidade”, afirmou o magistrado. O documento, de quase 900 páginas, explica os detalhes do plano, conhecido como “Punhal verde amarelo”, e, segundo a PF, foi impresso no Palácio do Planalto, quando Bolsonaro estava prestes a deixar o poder.
Segundo as investigações, a conspiração de militares e integrantes do governo Bolsonaro contou até com um plano para matar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin, em dezembro de 2022, como meio de viabilizar um golpe de Estado.
A avaliação dos investigadores é que o grupo, sob a liderança de Bolsonaro, criou, desenvolveu e disseminou desinformação sobre o sistema eleitoral desde 2019, primeiro ano do governo anterior. A ideia era se proteger em uma eventual derrota de Bolsonaro nas urnas e construir a base para os atos que ocorreram após a vitória de Lula em outubro de 2022.
O ex-capitão nega ter envolvimento com o caso e sustenta que “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse à desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.