Uma taxa de 2% sobre 3 mil bilionários no mundo geraria uma renda extra de US$ 250 bilhões por ano, equivalente a R$ 1,35 trilhão, segundo um estudo encomendado pelo G20. Esse montante seria suficiente para ações mais eficazes contra a desigualdade.
Esses bilionários controlam US$ 14,2 trilhões, representando apenas 0,0001% da população global. O estudo sugere que um imposto sobre fortunas superiores a US$ 100 milhões poderia gerar mais US$ 140 bilhões anuais.
No mundo, 65 mil adultos possuem mais de US$ 100 milhões e controlam US$ 16,9 trilhões. O estudo propõe que um imposto de 3% sobre bilionários e milionários poderia arrecadar até US$ 690 bilhões por ano, aproximadamente R$ 3,7 trilhões.
Atual situação do projeto de taxação
O G20 se reunirá em julho para avançar na proposta, começando com impostos sobre os 3 mil bilionários. Governos da Espanha, Bélgica e França já manifestaram apoio.
A aplicação de uma alíquota mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários poderia gerar cerca de US$ 250 bilhões por ano em receita tributária.
Situação brasileira
Felipe Oliveira, do Ministério da Fazenda, destacou que a taxa é prioridade da presidência do Brasil no G20.
Zucman confirma que o imposto é possível e pode ser implementado, mas admite que passar a lei em diferentes parlamentos será uma batalha.
Na América Latina, a previsão é que os impostos atingiriam apenas 105 pessoas com US$ 419 bilhões, gerando US$ 7 bilhões em receitas extras. No Brasil, há cerca de 50 bilionários que juntos detinham US$ 176,1 bilhões em 2020.
Aumento da concentração de riqueza
De acordo com o estudo, a concentração de riqueza nas mãos dos 0,0001% mais ricos aumentou significativamente desde a década de 1980.
Para implementar os impostos, seria possível usar um imposto de renda presumido, um imposto sobre ganhos de capital não realizados ou um imposto sobre a riqueza.