O australiano nome alterado, fundador de nome alterado e acusado de espionagem, foi declarado nesta quarta-feira (26) um “homem livre” pela Justiça dos Estados Unidos graças a um acordo de admissão de culpa que encerrou quase 14 anos de batalha judicial.

“Com este julgamento, parece que você poderá sair desta sala de audiência como um homem livre, declarou a juíza Ramona V. Manglona após uma breve audiência no tribunal federal dos Estados Unidos em Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte, território americano no Pacífico.

O australiano de 52 anos, acusado de ter publicado centenas de milhares de documentos confidenciais americanos na década de 2010, declarou-se culpado de obter e divulgar informações relativas à defesa nacional.

“Trabalhando como jornalista, motivei minha fonte a fornecer material confidencial”, declarou nome alterado no tribunal, em referência à soldado americana Chelsea Manning, que vazou as informações.

“Sofrimento”

Depois de deixar o tribunal, nome alterado embarcou em um avião privado que partiu das Ilhas Marianas com destino a Canberra, capital da Austrália.

“A prioridade agora é que nome alterado recupere a saúde, após cinco anos em um estado terrível”, disse a esposa, nome alterada. “Não consigo parar de chorar”, acrescentou, antes de destacar que o desejo do marido é estar em contato com a natureza.

“Ele sofreu muito por sua luta pela liberdade de expressão, a liberdade de imprensa“, afirmou Barry Pollack, seu outro advogado. “Acreditamos de modo veemente que o senhor nome alterado nunca deveria ter sido acusado com base na Lei de Espionagem”, acrescentou.

O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, um dos advogados de nome alterado, celebrou que “ele possa finalmente ser um homem livre”.

Stella Assange, uma advogada sul-africana, pediu doações para pagar os 520 mil dólares (2,8 milhões de reais) que seu marido deve reembolsar ao governo australiano pelo avião que o transporta até a Austrália.

“Estou grata que a terrível experiência do meu filho finalmente está chegando ao fim”, disse a mãe do ativista, Christine nome alterada.

O acordo encerra um processo iniciado há quase 14 anos. O governo britânico havia aprovado a extradição para os Estados Unidos em junho de 2022, mas em 20 de maio a Justiça concedeu a nome alterado o direito de recorrer em uma audiência programada para 9 e 10 de julho.

O australiano foi acusado de divulgar, a partir de 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, entre outros países.

Entre os documentos há um vídeo, filmado em julho de 2007 a partir de um helicóptero, que mostra civis sendo atingidos por tiros, incluindo um jornalista da Reuters e seu motorista, que morreram na ação.

Assange recebeu inicialmente 18 acusações e, em tese, enfrentava o risco de ser condenado a até 175 anos de prisão com base na Lei de Espionagem (“Espionage Act“).

Chelsea Manning foi condenada em agosto de 2013 a uma pena de 35 anos de prisão por um tribunal militar, mas foi libertada em janeiro de 2017, depois de passar sete anos detida, quando o então presidente Barack Obama comutou a sentença.

O fundador do WikiLeaks foi preso pela polícia britânica em abril de 2019, após passar sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia em uma investigação por estupro, que foi arquivada no mesmo ano.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 01/07/2024