A população de Porto Velho, em Rondônia, enfrenta desafios devido à seca e às queimadas que atingem a região. O nível do Rio Madeira, que banha a cidade, atingiu 0,96 metros, o menor registrado nos últimos 60 anos, segundo dados do Serviço Geológico Brasileiro.
Marília Maria Paula de Oliveira, presidente da Associação dos Agentes de Ecoturismo e Táxis Fluviais do Rio Jamari e Adjacências do Rio Madeira, afirmou que o transporte de passageiros e cargas ficou inviável em diversos pontos do rio, isolando comunidades sem acesso a serviços básicos.
“Em alguns lugares é preciso andar quilômetros por onde passa o rio, e em outros lugares, como na boca do Jamari, só chegam os bandeirinhas menores, que carregam até cinco passageiros”, explicou.
No distrito de São Carlos do Jamari, onde Marília reside, os poços artesianos estão com uso restrito devido ao baixo volume de água.
A prefeitura local distribui água mineral em áreas sem essa estrutura. A Defesa Civil prevê a entrega de 120 mil litros de água mineral em comunidades como Silveira, São Miguel e Mutuns até outubro. Embarcações atenderão localidades ribeirinhas como Curicacas e Ilha Nova.
A região também sofre com a fumaça dos incêndios. O Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou 56 focos de fogo nas últimas semanas, colocando Porto Velho entre os 23 municípios mais atingidos.
“Tem muita gente passando mal e a fumaça é tanta que mal a gente consegue ver o rio”, relatou Marília.
Diante da situação, a Secretaria Municipal de Saúde orientou a população sobre medidas para minimizar os impactos do clima seco e das queimadas. O governo estadual intensificou as ações de combate ao fogo, com apoio de órgãos federais.
Com informações da Agência Brasil