Maria da Silva Evaristo, a nova Ministra dos Direitos Humanos, substituiu João Almeida, demitido após denúncias de assédio sexual. Em sua declaração pública, ela disse que o país deve “sair do luto e ir para a luta”.
A petista enfatizou a importância das investigações sobre as denúncias contra Almeida, destacando que “os órgãos responsáveis devem realizar as apurações devidas”. Ela manifestou seu compromisso com o “direito dos denunciantes” e com o “direito de defesa”, garantindo a privacidade e o sigilo das partes envolvidas, especialmente das pessoas afetadas.
A nova ministra, que já começou a trabalhar no ministério, disse: “Não vamos olhar para trás, vamos olhar para a frente”. Ela revelou que sua equipe está realizando um diagnóstico da situação do ministério. A cerimônia oficial de posse de Evaristo está marcada para a próxima semana.
A escolha dela para o cargo foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a recebeu no Palácio da Alvorada. Em suas redes sociais, o chefe do governo deu as boas-vindas à nova ministra e desejou sucesso em seu trabalho.
Maria da Silva Evaristo é professora com uma carreira distinta na educação e no ativismo negro. Ela foi secretária municipal de Educação em Belo Horizonte e secretária estadual de Educação de Minas Gerais. Atualmente, está em seu primeiro mandato como deputada estadual e é prima da renomada escritora Conceição Evaristo.
A mudança no Ministério dos Direitos Humanos foi motivada pela necessidade de uma nova liderança, com o governo buscando uma mulher negra para o cargo. João Almeida, que enfrentou uma crise após as denúncias, foi afastado para minimizar riscos e buscar um consenso com movimentos de direitos humanos e seu partido.
As acusações contra Almeida foram divulgadas pela ONG Me Too Brasil e confirmadas em parte pela Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que alegou ter sido vítima de assédio. Almeida se encontrou com autoridades do governo para tratar das acusações e nega todas as alegações, afirmando que irá provar sua inocência.