Uma nova onda de calor deve se intensificar nos próximos dias, elevando as temperaturas em grande parte do Centro-Sul do Brasil, com expectativa de mais de 40ºC em partes do Centro-Oeste e mais de 30°C no Sudeste. De acordo com a Climatempo, uma nova massa de ar quente e seco se estabelecerá a partir da próxima segunda-feira, 2 de setembro.
Essa onda de calor pode ser prolongada, com temperaturas elevadas até meados da segunda quinzena de setembro em algumas regiões. “Quanto às temperaturas, o Centro-Oeste, especialmente o Mato Grosso, deve registrar mais de 40°C. Estados como Rondônia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo também devem se aproximar dos 40°C”, afirma Carlos Silva, meteorologista da Climatempo.
Em entrevista ao G1, Silva não descartou a possibilidade de recordes de calor, mencionando que algumas regiões podem registrar as temperaturas mais altas para esta época nos últimos anos.
A Climatempo alerta que a umidade do ar pode atingir valores críticos, abaixo dos 12%, em várias cidades do sul de Mato Grosso, interior de São Paulo, Triângulo de Minas, centro-norte, nordeste de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás. Com o tempo seco e a atmosfera estagnada, a concentração de poluentes deve aumentar, prejudicando a qualidade do ar.
Ondas de calor ocorrem quando uma região experimenta temperaturas significativamente acima da média por vários dias. Os meteorologistas definem uma onda de calor como um aumento de pelo menos 5ºC acima da média por cinco dias ou mais.
Esse fenômeno é comum na transição entre o inverno e a primavera, quando a insolação aumenta e a radiação solar intensifica o aquecimento do solo e do ar. Porém, nos últimos anos, as ondas de calor têm se tornado mais intensas e prolongadas. Segundo Luís Costa, do Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden), a exposição crescente ao Sol e a falta de chuva, que reduz a cobertura de nuvens, contribuem para essas temperaturas extremas.
“O aquecimento global mexe com tudo e bagunça qualquer tipo de evento. Estamos tendo eventos mais extremos e mais frequentes”, disse Carlos Silva.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, de 1961 a 1990, o Brasil tinha uma média de sete dias por ano com ondas de calor. Esse número aumentou para mais de 50 dias anuais até 2020, com um aumento significativo em praticamente todo o Brasil, exceto na região Sul e em partes do sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.