O presidente Nicolás Maduro voltou a criticar a conduta do governo brasileiro sobre a eleição na Venezuela em 28 de julho. Ele afirmou que seu país não endossou as alegações sem provas do presidente Jair Bolsonaro após perder a disputa para Lula (PT), em 2022.
Lula e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, têm insistido na cobrança para que as autoridades venezuelanas publiquem as atas da eleição. O Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo de Justiça validaram a vitória de Maduro, mas a oposição argumenta ser vítima de fraude e diz que o opositor Edmundo González Urrutia venceu o pleito.
“No Brasil, houve eleições. O então presidente Bolsonaro disse que haveria uma fraude e não reconheceu o resultado. Houve recursos ante o Tribunal Supremo e a decisão foi de que os resultados eleitorais davam como vencedor o presidente Lula. Santa palavra no Brasil. E quem se meteu com o Brasil?”, questionou Maduro em um evento na quarta-feira 28.
Na sequência, o chavista se dirigiu à plateia: “Você fez um comunicado? Você? Você? A Venezuela disse algo? Nós só dissemos que respeitamos as instituições brasileiras, e o Brasil resolve seus assuntos internamente, como deve ser“.
Brasil e Colômbia voltaram a defender a divulgação das atas em um comunicado no último sábado 24.
“Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis”, diz uma declaração divulgada após contatos telefônicos entre Lula e Petro.
Nesta quinta-feira 29, o Ministério Público da Venezuela convocou González Urrutia a depor nesta sexta e alertou que seu desacato implicará uma ordem de prisão.