O prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), confessou sentir “inconformidade” por ter nomeado o deputado federal Chiquinho Brazão como secretário especial de Ação Comunitária.
Brazão deixou o cargo em fevereiro e um mês depois foi preso sob a acusação de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018. Ele é réu no Supremo Tribunal Federal.
“Admito o erro, errei. E o meu constrangimento é ainda maior porque eu tenho o apoio da irmã, da mãe e do pai da Marielle nesta eleição“, disse Paes em entrevista à GloboNews. “Então, meu constrangimento é muito grande.”
O prefeito afirmou ter faltado “cuidado” de sua parte. “Quando houve o boato, começou a surgir, eu pedi que substituísse o deputado Chiquinho Brazão, que ele saísse da secretaria.”
Na quarta-feira, o Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 15 votos favoráveis, um voto contrário e uma abstenção, o parecer que pede a cassação do mandato de Chiquinho Brazão.
O voto contrário partiu de Gutemberg Reis (MDB-RJ) e a abstenção foi de Paulo Magalhães (PSD-BA).
A defesa de Brazão tem cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Para que o deputado perca o mandato, o plenário ainda precisa chancelar o parecer.
Eduardo Paes mantém o favoritismo para a eleição de outubro. Em uma pesquisa divulgada na quarta, ele aparece com 60% das intenções de voto no cenário estimulado, enquanto o segundo colocado, o bolsonarista Alexandre Ramagem (PL), marca 9%.