Dois meses após o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o corte de cerca de 26 bilhões de reais de gastos no Orçamento de 2025, a equipe econômica divulgou, na quarta-feira 28, o detalhamento das medidas de revisão de despesas obrigatórias.

O principal objetivo é melhorar a gestão e reduzir fraudes. Dos 26 bilhões de reais previstos, o plano efetivamente contempla 19,9 bilhões de reais em revisão de cadastros.

Os 6,1 bilhões de reais restantes virão de realocações internas de verbas nos ministérios que farão gastos com o Bolsa Família, com pessoal e com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) voltarem ao nível de 2023.

A redução dos gastos obrigatórios liberaria recursos para gastos discricionários (não obrigatórios).

Dos 19,9 bilhões de reais prometidos na revisão, a maior parte – 7,3 bilhões de reais – virá de revisão de gastos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Deste total, 6,2 bilhões de reais sairão do pente-fino no Atestmed, sistema do INSS de concessão de auxílio-doença por meio de atestados médicos digitais, sem perícia. Mais 1,1 bilhão de reais virá de medidas cautelares e administrativas.

Em segundo lugar, está a revisão no Benefício de Prestação Continuada (BPC), cujo crescimento das despesas foi um dos fatores que fez o governo bloquear 11,2 bilhões de reais de gastos discricionários em julho.

O governo pretende economizar, no próximo ano, 6,4 bilhões de reais com o benefício: 4,3 bilhões de reais por meio da atualização do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e 2,1 bilhões de reais através da reavaliação de perícias.

Em seguida, vêm 3,2 bilhões de reais da reavaliação na concessão de auxílios por incapacidade do INSS, que inclui tanto o auxílio-doença como a aposentadoria por invalidez. Completam a lista 1,9 bilhão de reais em mudanças no Proagro e o pente-fino de 1,1 bilhão de reais no seguro-defeso, voltado para pescadores.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, as medidas anunciadas são apenas um “primeiro passo”, e o governo pode tomar ações adicionais.

“O que estamos mostrando agora é onde vão incidir os 26 bilhões de reais. Claro que outras coisas precisam ser feitas e serão feitas. O trabalho de revisão de gastos é feito a todo tempo”, analisou.

(Com informações da Agência Brasil).

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Última Atualização: 28/08/2024