O Rio Grande do Sul registrou 78 pedidos de recuperação judicial no primeiro semestre de 2024, um aumento de 188% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram 27 solicitações.
De acordo com João Silva, CEO da Inteligência Comercial, esse aumento reflete a gravidade do cenário econômico no estado, superando até os níveis da pandemia de 2020.
Silva destaca que as recentes crises climáticas foram decisivas para o agravamento dessa situação.
Impacto das enchentes e tragédias climáticas
A enchente de maio de 2024, somada ao desastre de setembro de 2023, deixou muitas empresas em situação de vulnerabilidade.
Essa sequência de eventos prejudicou severamente a atividade econômica local, levando muitas empresas à recuperação judicial.
O indicador da Serasa Experian de Falências e Recuperações Judiciais aponta que o crescimento no Rio Grande do Sul foi muito superior ao da média nacional, que subiu 71% no mesmo período.
Crescimento da inadimplência e falências no estado
O aumento das recuperações judiciais reflete o avanço da inadimplência entre empresas.
Segundo o Mentor do Crédito Internacional, esses pedidos são comuns quando a inadimplência atinge níveis críticos, precedendo o possível encerramento das atividades.
Até junho de 2024, o estado tinha 350,5 mil empresas inadimplentes, apesar de ainda estar abaixo da média nacional em termos proporcionais.
Em junho, o Rio Grande do Sul também registrou 20 falências, o maior número desde 2019. No primeiro semestre, o total de falências chegou a 30, superando as 8 do primeiro semestre de 2023 e as 20 do mesmo período em 2022.
As crises climáticas recentes tiveram papel central no agravamento desse cenário econômico, refletindo-se nos números de falências e na dificuldade de recuperação das empresas.