Acostumados a interferir nos assuntos internos de outros países, Estados Unidos e Canadá criticaram a reforma do Judiciário mexicano, promovida pelo governo progressista de Andrés Manuel Lópex Obrador com o objetivo de combater a corrupção no setor.

Em resposta, o presidente mexicano anunciou uma pausa no relacionamento diplomático com os dois países.

“Eles têm que aprender a respeitar a soberania do México”, sublinhou Obrador.

O presidente mexicano. Foto: EFE

O estadista acrescentou que para o restabelecimento do vínculo com os diplomatas americanos e canadenses que falaram sobre a reforma judicial, eles devem retificar suas declarações.

Durante a sua conferência matinal nesta terça-feira (27), López Obrador esclareceu que esta medida não se estende aos governos de ambos os países, mas apenas aos seus embaixadores no México, com uma menção particular ao embaixador dos EUA Ken Salazar.

“A relação – com Ken Salazar – é boa, mas está pausada. Vamos dar-nos o nosso tempo”, disse, aludindo ao fato de o Departamento de Estado dos Estados Unidos poder estar por trás das declarações do embaixador Salazar.

López Obrador destacou a necessidade de os representantes estrangeiros respeitarem a soberania do México, destacando que o seu governo não interfere nos assuntos internos de outras nações.

“Eles têm que aprender a respeitar a soberania do México, porque lá não vamos aconselhá-los nem dizer o que é certo e o que é errado. Queremos que sejam respeitosos, para que haja uma relação recíproca em matéria de soberania”, afirmou.

“Deixe-os entender que foi imprudente demonstrar o que fizeram. Há coisas que só dizem respeito ao nosso país”, acrescentou López Obrador, referindo-se aos comentários críticos sobre as reformas.

Tanto os Estados Unidos como o Canadá afirmaram que as modificações no Poder Judiciário poderiam afetar os acordos estabelecidos no Tratado entre o México, os Estados Unidos e o Canadá (T-MEC).

As ameaças suscitaram preocupações no setor empresarial, onde se teme que o impacto positivo do nearshoring, uma estratégia que procura atrair investimento estrangeiro para o México, possa ser menor do que o esperado.

Apesar destas preocupações, López Obrador e a ex-primeira-ministra da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, minimizaram as advertências, defendendo a reforma judicial como um passo necessário para erradicar a corrupção dentro do sistema.

O presidente também apresentou uma pesquisa que mostra que apenas 25% da população não aprova a reforma.

O respeito à soberania das nações é um princípio que os dois países imperialistas do continente americano, Estados Unidos e Canadá, não costumam respeitar.

A ingerência nas eleições venezuelanas com o propósito de reverter o resultado proclamado pela corte suprema da Justiça do país e colocar um vassalo na Presidência é outro exemplo da conduta imperialista, cujo propósito é o absoluto domínio sobre a exploração dos recursos naturais e da economia dos países mais pobres.

A tensão diplomática surge quando a China anunciou investimentos significativos no país asteca, o que poderá influenciar o panorama econômico e geopolítico da região.

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Última Atualização: 28/08/2024