A Federação Nacional dos Funcionários do Meio Ambiente, a Fenama, declarou na terça-feira 27 que havia alertado em maio sobre o risco de aumento de incêndios no País, com uma “catástrofe sem precedentes”. Ela afirma ter indícios de que a onda de queimadas tem origem criminosa.

Em um comunicado, a entidade também criticou o que considera um volume insuficiente de recursos para órgãos ambientais e apontou um cenário de baixos salários, falta de perspectiva e pouco interesse de funcionários para ingressar na área.

“A situação atual é a lógica, a partir de um cenário do sucateamento da gestão ambiental ao longo dos anos, combinada com o descaso dos governos com a necessidade de reestruturação da carreira federal de especialista em meio ambiente, abandonada há 10 anos”, diz a Fenama. “Isso culmina com falta de profissionais e sobrecarga da gestão ambiental, que não dá conta da demanda de serviço.”

O comunicado critica a postura da União diante da greve dos servidores do meio ambiente, que terminou em 12 de agosto. “O governo federal, que não ouviu os funcionários e suas necessidades, puniu grevistas que reivindicavam a reestruturação da carreira com multas pesadíssimas, contribuindo para que a situação chegasse onde chegou”, alegou a federação.

Os funcionários ainda afirmaram que os cortes orçamentários em órgãos como o Ibama levaram a uma redução de 15% no número de brigadistas entre 2023 e 2024 (de 2.100 para 1.800), “sendo que a previsão diante do ano atípico era contratar 2.400”.

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Última Atualização: 27/08/2024