De acordo com o presidente da Duma russa, Vyacheslav Volodin, os Estados Unidos foram os responsáveis pela prisão do fundador do Telegram, Pavel Durov, na França. O objetivo seria o de aumentar o controle sobre o aplicativo de mensagens antes da eleição presidencial que ocorrerá nos Estados Unidos no fim do ano.

No sábado (24), Durov, nascido na Rússia, mas com cidadania de vários países, incluindo a França, foi detido sob acusações relacionadas à utilização do Telegram por terceiros para cometer crimes, incluindo terrorismo, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e fraude. As acusações poderão levar Durov à pegar vinte anos de prisão.

“Na verdade, Washington está por trás da prisão de Durov. O Telegram é uma das poucas e, ao mesmo tempo, a maior plataforma online sobre a qual os Estados Unidos não têm influência. Ele opera em muitos países que são de interesse [para os EUA]. Nas próximas eleições presidenciais dos EUA, é importante que [o presidente dos EUA Joe] Biden assuma o controle do Telegram”, disse Volodin.

O presidente do parlamento destacou que a maioria das principais plataformas de redes sociais têm origem nos EUA e são controladas pela Casa Branca. Ele descreveu o uso de “vigilância nas redes sociais e censura total” como um método “tradicional” de controle político e influência externa.

“Os EUA ainda não podem forçar o Telegram a conduzir a pré-moderação e fornecer dados ao Departamento de Estado dos EUA e à Agência Central de Inteligência. Portanto, eles estão tentando acusar Durov, através da França, de mais de 10 crimes, cuja lista é bastante ampla”.

O líder da Duma não foi o único a se pronunciar. A embaixada russa na França acusou as autoridades francesas de “recusar-se a cooperar”. Já Ekaterina Mizulina, chefe da Liga Russa de Internet Segura, disse que a decisão das autoridades francesas não foi tomada de forma independente, observando que a prisão é um ataque à TON (uma plataforma baseada em blockchain originalmente desenvolvida pelos criadores do Telegram) na qual importantes empresas russas têm investimentos.

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Última Atualização: 27/08/2024