Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade de Cape Town, na África do Sul, descobriram uma nova forma genética do vírus HIV circulando pelo Brasil.
A nova cepa seria uma combinação de dois ou mais subtipos e foi encontrada em quatro pacientes, que moram na Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Joana Paixão Monteiro Cunha, professora da UFBA e responsável pela pesquisa, explica que o vírus tem como marca a grande variabilidade genética, que pode ser classificada em tipos, grupos, subtipos e até variações únicas.
No caso da nova cepa, os pesquisadores descobriram que se trata de uma forma recombinante dos subtipos B e C, cujas amostras foram coletadas entre 2007 e 2019. Constatou-se ainda que os quatro pacientes são descendentes de um mesmo ancestral.
Mas ainda não se sabe se a variação pode apresentar vantagens adaptativas ou mesmo o impacto da nova cepa em relação à eficácia do tratamento.
Variações
No mundo, o subtipo com maior incidência é o C, que responde por 50% de todas as infecções. Em seguida, a variação B se encontra em 12% dos casos. No Brasil, porém, a forma predominante é a B, que soma 67% dos casos, seguida da C (14%) e da F (10%).
Uma das preocupações dos pesquisadores é que novas variações do vírus podem apresentar características genéticas que favoreçam a transmissibilidade, além de impactar a carga viral e a progressão da infecção para a aids.
As novas variações aumentam o desafio para o desenvolvimento de uma vacina universal e eficaz, capaz de prevenir os subtipos e recombinações da doença.
Com informações do The Conversation.
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