O PSOL acionou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pediu investigações após denúncias de superfaturamento em um contrato firmado pela gestão do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). Reportagem do site UOL aponta suspeitas em aquisições de água e alimentos destinados à população em situação de rua na cidade.
Em petição assinada pela presidenta do partido, Débora Lima, o PSOL destaca que a administração comandada por Nunes pode ter contratado uma empresa ligada ao vereador Rodrigo Goulart, da base de apoio do prefeito, por valores acima do mercado.
A petição reforça trechos da denúncia feita pelo site, como as diferenças de preços que passam dos 400%. É o caso de garrafas de água mineral de meio litro, compradas por 4,11 reais cada. O mesmo item foi encontrado por 77 centavos em supermercados da própria cidade de São Paulo.
Outros itens com preços acima dos praticados habitualmente são as sopas (quase 12 reais), achocolatado (perto de 5 reais) e chá (cerca 4 reais). O contrato custa 143 mil reais por dia aos cofres públicos, segundo os documentos.
Outro lado
A gestão de Nunes não comentou o superfaturamento dos produtos, mas alegou não ver irregularidades no contrato. O suposto favorecimento também foi negado, com a alegação de que a empresa foi escolhida após as outras quatro concorrentes serem desclassificadas por não atenderem “integralmente as exigências quanto à documentação solicitada no edital de licitação”.
Rodrigo Goulart, por sua vez, diz ser apenas amigo dos donos da empresa e sustenta não ter participado do processo de contratação. Já a empresa citada não comentou.
A revelação ocorre poucas semanas após Nunes se ver no centro da chamada máfia das creches. Uma empresa da família do político está envolvida no desvio de recursos públicos da prefeitura. Ele não foi indiciado, mas as investigações contra ele no caso foram prorrogadas.