O governador de Minnesota, Tim Walz, protagonizou o terceiro dia da Convenção Nacional Democrata, nesta quarta-feira 21 (madrugada da quinta 22 no Brasil), e aceitou formalmente ser o candidato a vice-presidente dos Estados Unidos na chapa de Kamala Harris. O evento ocorre no United Center, em Chicago.

A dupla Harris-Walz terá o desafio de vencer na eleição de 5 de novembro a chapa republicana, formada por Donald Trump e JD Vance.

Logo no início de seu discurso, Walz agradeceu a Joe Biden por sua “forte e histórica liderança”. Em 21 de julho, o presidente sacudiu a política norte-americana ao anunciar que não buscaria a reeleição e, logo em seguida, defender a indicação de Kamala.

“É a honra da minha vida aceitar a nomeação para vice-presidente”, celebrou o governador. “Obrigado por sua paixão, por sua determinação e, principalmente, por trazerem alegria para esta luta.”

Na sequência, Walz listou avanços de sua gestão em Minnesota. “Enquanto outros estados baniam livros de suas escolas, baníamos a fome das nossas”, afirmou. “Também protegemos os direitos reprodutivos, porque respeitamos as decisões pessoais. Mesmo que não façamos essas escolhas para nós, temos uma regra de ouro: cuide de sua vida.”

Trump, por sua vez, atacará o direito ao aborto em todo o país, prosseguiu o candidato a vice-presidente.

“Não sei vocês, mas estou pronto para virar a página desses caras. Repitam comigo: não retrocederemos”, acrescentou Tim Walz. “Temos algo melhor a oferecer ao povo americano, e isso começa com a nossa candidata Kamala Harris.”

Em certa medida, o discurso na convenção foi uma forma de se apresentar ao país. Uma pesquisa Associated Press-NORC divulgada nesta quarta aponta que Walz supera Vance em aprovação popular, mas ambos têm o desafio de se tornarem mais conhecidos pelo eleitorado.

Aos 60 anos, oriundo do meio-oeste americano e desconhecido fora de Minnesota, Walz ostenta um currículo pouco usual, com décadas de experiência militar e experiência como professor de Geografia e treinador de futebol americano.

“É o tio com quem você quer passar o tempo. Cada vez que visita sua casa, te dá muita esperança”, resumiu Jaime Harrison, presidente do Partido Democrata, em uma entrevista à CNN.

Esse não é o único relato do tipo. “É tão autêntico, tão real”, definiu Heidi Heitkamp, ex-senadora democrata pela Dakota do Norte e moradora de Minnesota. “Há muita empolgação com Walz”, disse, por sua vez, Tom Hiserodt, delegado do Arizona.

Walz se tornou governador de Minnesota em janeiro de 2019. No ano seguinte, teve de conciliar duas grandes crises: a pandemia de Covid-19 e o assassinato de George Floyd, um homem negro que morreu sufocado por um policial branco em uma operação.

Os republicanos acusam Walz de ser fraco em sua estratégia contra a criminalidade, enquanto os democratas elogiam seu histórico na defesa de direitos civis, como a proteção do direito ao aborto.

Após a decisão da Suprema Corte dos EUA, em 2022, que derrubou as proteções constitucionais ao aborto, Walz se comprometeu a transformar Minnesota em um refúgio para mulheres que buscam a interrupção da gravidez.

A convenção do Partido Democrata terminará nesta quinta-feira, quando Kamala aceitará oficialmente a indicação.

Relembre outros destaques do evento até aqui:

  • Biden protagoniza a 1ª noite da convenção democrata e enfatiza Trump como ameaça à democracia
  • “Yes, she can!”, diz casal Obama em apoio a Kamala Harris como candidata à Presidência dos EUA
  • Delegados democratas pró-Palestina comemoram saída de Biden e olham com ceticismo para Harris
  • Quem são os republicanos que apoiam Kamala Harris contra Trump

O candidato democrata a vice-presidente dos EUA, Tim Walz, na convenção do partido, em 22 de agosto de 2024. Foto: Mandel Ngan/AFP

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Última Atualização: 22/08/2024