Áudios obtidos pela Polícia Federal e revelados pelo jornal O Globo mostram o ex-coach e atual candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, discutindo a captura de endereços de e-mails usados em um esquema de golpes bancários.

Essas gravações foram utilizadas pela Justiça para embasar a condenação de Marçal por participação em um grupo criminoso, embora a pena tenha sido extinta devido à prescrição do processo.

De acordo com a sentença, o grupo enviava e-mails com assuntos atrativos, como avisos falsos de inadimplência ou irregularidades no CPF e na declaração do Imposto de Renda, para capturar senhas das vítimas.

Marçal foi apontado como o responsável por capturar as listas de e-mails, que posteriormente eram utilizadas para infectar os computadores das vítimas com programas invasores.

Em um dos áudios, Marçal discute a seleção de e-mails com o acusado de liderar o grupo, demonstrando seu envolvimento no processo de captação dos endereços eletrônicos.

No diálogo, Marçal sugere enviar ele próprio os e-mails, mas a oferta é recusada pelo líder do grupo, que orienta Marçal a focar na captura dos endereços.

“Quero ver a produção de e-mail capturado. Aqueles e-mails que você capturou no primeiro dia não estavam bons”, disse o chefe do grupo.

“Não tem jeito de eu enviar de lá (endereço onde o grupo se reunia)? Eu mesmo pôr para enviar os que eu estou pegando?”, questionou Marçal.

A sentença que condenou Marçal a quatro anos e cinco meses de prisão menciona outros seis áudios que, segundo a decisão, comprovam a participação do candidato no esquema.

Em uma das gravações, Marçal afirma estar compactando os e-mails capturados para enviá-los ao líder do grupo.

Ele também menciona que dois computadores estavam capturando endereços eletrônicos enquanto outros dois enviavam as mensagens.

Outro diálogo registrado pela Polícia Federal mostra o líder do esquema orientando Marçal sobre como selecionar as listas de e-mails para evitar problemas, como endereços inativos.

Marçal responde afirmando que seguirá as orientações. Em uma conversa adicional, Marçal menciona a necessidade da chave do escritório onde os computadores do grupo estavam localizados.

Procurado por meio de sua assessoria, Marçal não se manifestou sobre os áudios. Em depoimento anterior, ele afirmou que sua atuação se limitava à manutenção de computadores e que desconhecia as atividades ilícitas do grupo.

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Última Atualização: 21/08/2024