A fumaça de incêndios na Amazônia e no Pantanal está presente sobre ao menos dez estados do país nesta terça-feira. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta é a temporada com o maior registro de focos de queimadas em 17 anos, situação agravada pela seca que castiga mais de mil cidades brasileiras.
Fora da região amazônica, as cidades mais afetadas ficam no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas a neblina também chegou ao Rio e a São Paulo no final de semana, aponta o Serviço de Monitoramento Atmosférico da Europa.
O corredor de ar que vem do Norte traz fumaça das queimadas tanto da Amazônia como do Pantanal.
Nesta semana, porém, os maiores focos de incêndio estão na floresta amazônica, principalmente nas margens das rodovias BR-230, em Apuí (AM) e 163, entre Itaituba (PA) e Novo Progresso (PA) e na região de Porto Velho (RO). O fogo também está intenso no Pantanal, mas em focos mais concentrados e menos fragmentados no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul.
O corredor de ar desce do Norte na direção do Oceano Atlântico, passando primeiro pelo Sul. Depois, ele é “empurrado” para o Sudeste, devido ao ar frio do polo sul. Por isso que a fumaça está mais intensa no Rio Grande do Sul e Santa Catarina do que no Rio e em São Paulo.
Ao chegar nas cidades mais distantes da origem de fogo, a fumaça, que tem partículas de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, reduz seu potencial poluente, mas continua sendo um fator de risco para populações de idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.
Até o momento, há registros de fumaça nos seguintes estados:
• Rio Grande do Sul
• Santa Catarina
• Mato Grosso do Sul
• Mato Grosso
• Acre
• Rondônia
• Oeste do Paraná
• Parte de Minas Gerais
• Trechos de São Paulo
• Amazonas
A primeira causa para o corredor de fumaça está na intensidade do fogo. Conforme o Inpe, só no mês de agosto foram registrados mais de 22 mil focos de incêndio na Amazônia Legal. Em comparação com o ano passado, por exemplo, o número era de 12 mil.
No restante do país, o cenário também não é favorável. De forma geral, o país está no pior momento em relação aos focos de incêndio da última década.
O segundo fator é a seca, que serve como ignição para os focos de incêndio, somando-se às queimadas ilegais. Geralmente, a estiagem acontece de agosto a outubro, mas o pico acontece em setembro, quando sentimos mais os impactos.