O padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, foi preso preventivamente pela Polícia Civil do Amazonas no último domingo (18) por acusações de estupro de uma adolescente de 17 anos, filmagem e produção de cenas de sexo explícito, aborto, ameaça e violência doméstica.
O pároco celebrava missas na igreja São Pedro, em Coari, no interior do Amazonas. A vítima contou à polícia, em depoimento, que sofria com os abusos desde os 14 anos, chegando a engravidar. Segundo ela, o padre a obrigou a realizar o aborto e teria escondido o feto.
Além de Paulo, Francisco Rayner Barros Batista, de 34 anos, é acusado de participar dos crimes e está foragido. Ele seria o responsável por entregar Misoprostol ao padre, um medicamento utilizado para forçar o aborto.
“O feto foi expelido no quintal da casa de Francisco e enterrado no local. Isso foi confirmado tanto por fotos quanto pelo depoimento da vítima”, explicou o delegado José Barradas.
Segundo o delegado, a adolescente também era vítima de violência psicológica, considerando que o padre a obrigava a manter relações sexuais com ele e fazia constantes ameaças caso ela não continuasse. Ele dizia que “iria acabar com a vida dela, pois ela era sua e de mais ninguém”, afirmou Barradas.
No momento da prisão, o religioso foi encontrado na cama com uma jovem de 18 anos recém-completados. A polícia concluiu que ele mantinha relações sexuais há meses, ou seja, desde quando ela era menor de idade.
“Foram apreendidos mais de R$ 30 mil em espécie no quarto dele, além de mais de 260 vídeos de cenas de sexo com adolescentes e com outras pessoas. Todo o material vai ser analisado pela perícia, juntamente com o notebook dele”, relatou o delegado.
Barradas ainda comunicou que as investigações devem seguir em busca de outros participantes nos crimes e identificação de novas vítimas. As testemunhas mencionaram que o padre aliciava outras pessoas.
Segundo uma das vítimas, o pároco pediu para que ela levasse outras amigas aos encontros com o objetivo de uma relação sexual em conjunto.
“A Igreja Católica colaborou com as investigações. A polícia solicita que outras possíveis vítimas procurem a delegacia para registrar suas denúncias”, alertou Guilherme Torres, delegado-geral adjunto da PC-AM.
“A Diocese de Coari manifesta sua solidariedade às vítimas e a suas famílias, colocando-se prontamente disponível para acompanhar a ajudar na superação dos traumas provocados pelos abusos cometidos pelo Padre Paulo Araújo da Silva. E também a diocese se coloca em total disponibilidade para colaborar com as autoridades civis a fim de que se esclareçam os fatos”, disse a igreja em nota.