Na noite desta terça-feira (21/08) chegou até a redação do Diário Causa Operária denúncias de lideranças Guarani Caiouá da área da retomada Tekoha Avaeté, no município de Dourados, Mato Grosso do Sul, de violência sofrida pelos índios e tentativa de assassinato. As vítimas são as mesmas lideranças obrigadas a colocar tornozeleira eletrônica a mando do latifúndio e da especulação imobiliária após prisão com acusações falsas, que foram também alvo de ameaças com armas de fogo. Leia na íntegra a denúncia da comunidade:
“Hoje dia 20 de agosto 2024 nós indígenas Guarani-Caiouá da retomada estamos denunciando urgente João Silva do Sítio Boa União ameaçando a comunidade com arma.
Sábado dia 16, uma hora da noite deu tiro na direção da nossa TEKOHA e anda armado na estrada com caminhonete preta.
O funcionário da Empresa construtora mesmo Hassan Gebara fica armado ameaçando a comunidade e o nome dele e Antônio José Alves de Souza.
Nossa comunidade pede socorro.”
As denúncias e as ações dos especuladores imobiliários são graves e a atitude do judiciário é ainda pior. Isso porque ao obrigar os índios a usarem a tornozeleira eletrônica, a burocracia deixa os guarani caiouá que estão sendo ameaçados ainda mais vulneráveis. Como não há energia nas áreas de retomada, os índios são obrigados a se deslocarem para encontrar um ponto de energia para ficar algumas horas recarregando a tornozeleira.
Essa situação imposta pelo judiciário contra as lideranças indígenas, incluindo uma candidata a vereadora pelo Partido da Causa Operária (PCO), coloca em risco a vida de lideranças da luta pela terra e pela demarcação.
É preciso denunciar o estado criminoso do Mato Grosso do Sul, governado pelo democrata e organizador da pistolagem, Carlos Silva, que em ação conjunta com latifundiários e juízes, querem paralisar a luta dos índios pela demarcação, sem nenhum escrúpulo quanto aos métodos utilizados para isso.